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Desempenho de centroavantes estrangeiros não é bom no Brasileirão 2016

Por Tauan Ambrosio 


O Campeonato Brasileiro conta com um número crescente de jogadores estrangeiros a cada ano. Em 2015, por exemplo, foram 48 ‘gringos’ inscritos. Quem mais teve destaque foi Lucas Pratto, argentino que terminou o certame na quinta posição na tabela da artilharia, com um total de 13 gols anotados pelo vice-campeão Atlético-MG.

Apesar do grande número de estrangeiros, em 2015 menos da metade deles eram titulares de seus clubes. Mas sempre existe a expectativa de que um jogador de fora do nosso país consiga ser tão decisivo e seguro quanto um Figueroa, Daryo Pereira, Arce ou Gamarra; que tenha uma liderança como a de Lugano, carisma de Loco Abreu, capacidade de decidir partidas como Tévez ou Conca; a categoria de um Montillo, Petkovic ou D’Alessandro.

Para esta temporada, as expectativas começaram altas especialmente para Flamengo e Grêmio, com as respectivas contratações de Mancuello e Bolaños. Também a esperança no time da Gávea para, enfim, ver Guerrero deslanchar. No Atlético-MG, certeza de gols com Pratto; Palmeiras com Lucas Barrios. Entretanto, os atacantes gringos ainda não estão mostrando o seu valor neste Brasileirão.

Tudo bem, ainda é cedo, estamos na quarta rodada. Até aqui, seis dos 93 gols marcados vieram de pés que não nasceram no Brasil. Só que apenas um foi de um jogador com características de centroavante. E ainda foi de pênalti, batido pelo angolano Joel, do Santos, no empate em 2 a 2 com o Figueirense. Lugano deixou a sua marca na derrota por 2 a 1 do São Paulo para o Internacional, e os que mais balançaram as redes foram Cazares e Arrascaeta. Os respectivos meias dos rivais Atlético-MG e Cruzeiro fizeram dois gols.

No Grêmio, Bolaños vem se recuperando da grave lesão sofrida no Campeonato Gaúcho, e disputou dois jogos no Brasileirão. Ainda não fez gol nem deu assistências, mas anima o torcedor tricolor pelo bom número de oportunidades geradas: seis, número menor apenas ao de Luan, que soma duas partidas a mais.

O caso do Flamengo é emblemático. Contratado para usar a camisa 10, Mancuello não vive bom momento e vem sendo reserva de Alan Patrick, disputou apenas um jogo na atual Série A. O argentino, revelado pelo Independiente, já mostrou ter bom passe, mas nos 83 minutos em que esteve dentro de campo, na vitória sobre o Sport, não criou nenhuma chance de gol.

No Fla, quem mais tem se destacado é Cuéllar (Fotos: Gilvan de Souza / CR Flamengo / Divulgação)

Quem tem aparecido com o mínimo de destaque é o volante Cuéllar, vice-líder em desarmes do time (9, um a menos do que Márcio Araújo) e melhor estrangeiro do Brasileirão neste quesito. Guerrero continua sendo a grande decepção. O peruano ainda não balançou as redes no Brasileirão e vive a sua maior seca de gols no certame: 10 jogos.

Considerando os atacantes, o estrangeiro que mais deu certo é o que mais cedo deve sair. Calleri também não fez gol no Brasileirão, disputou apenas um jogo, mas tem sido um dos grandes nomes do São Paulo na temporada. E está muito mais focado na semifinal da Libertadores. Lucas Pratto ainda não entrou em campo pelo Atlético-MG.

Sánchez Miño aparece bem no número de assistências (Foto: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

No campo das assistências, apenas três dentre as 60 já dadas até esta quarta rodada. Sánchez Miño, do Cruzeiro foi responsável por duas, enquanto o uruguaio Juan Salgueiro, do Botafogo, deu a outra. O camisa 10 do Glorioso, aliás, é mais um na lista de gringos que estão deixando a desejar. A torcida vem cobrando seus gols, que ainda não vieram nesta temporada, a sua primeira com a Estrela Solitária ao peito. Irregulares, Centurión (São Paulo) e Dátolo (Atlético-MG) são outros que não estão entregando o futebol que deles se espera.


AINDA HÁ ESPERANÇA


Tem muito Brasileirão pela frente, faltam 35 rodadas até o término do certame. Quem decepcionou até agora, pode calar os críticos amanhã. Lesionados, como Lucas Barrios e Pratto, podem voltar bem e justificar toda uma expectativa depositada.

Falando em expectativa, as inscrições seguem abertas e já tem clube trazendo ainda mais ‘gringos’. Uma forma de aproveitar o aumento no limite de estrangeiros em campo, que em 2013 subiu de três para cinco.

O Internacional contratou o meia Luis Manuel Seijas, jogador que teve destaque no Santa Fé campeão da Copa Sul-Americana em 2015. O Palmeiras contratou outro colombiano, o zagueiro Yerry Mina; o Santos trouxe o meia Emiliano Vecchio, o zagueiro Fabián Noguera e o jovem prodígio Jonathan Copete, atacante do Atlético Nacional de Medellín.

Para resolver o problema crônico em seu ataque, o Botafogo também segue apostando nos estrangeiros e trouxe o chileno Gustavo Canales. No Cruzeiro, a esperança é de que Riascos, que volta de empréstimo, mostre a boa fase que apresentou no Vasco da Gama.