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Prefeitura busca reverter problemas deixados na educação do município

Passados 80 dias de gestão, as prefeituras municipais do Piauí tentam aos poucos retomar o andamento normal de suas atividades, através dos trabalhos das secretarias. Em alguns casos, os municípios foram recebidos em situação difícil, sem recursos, com pagamentos atrasados, frotas sucateadas, equipamentos danificados e outras adversidades.

Em Barras, por exemplo, um dos setores mais afetados pelo não planejamento de gestões anteriores foi a educação. Para se ter uma ideia, somente para a previdência, a gestão do ex-prefeito Edilson Capote (PSD) teria deixado de repassar cerca de R$ 3.161.000,00 (três milhões cento e sessenta e um mil reais) para o INSS de recursos descontados nos contracheques dos servidores, de acordo com o atual prefeito Carlos Monte. 

No início deste ano logo após assumir a prefeitura, o prefeito Carlos Monte (PTB), decretou situação de emergência no município devido à ausência de informações deixada pela ex-gestão. “Sem informações ficou bem difícil de se trabalhar. Além das muitas dívidas que estamos tendo que resolver, também recebemos muitas obras que estão por concluir e que as construtoras alegam não terem condições de terminar os serviços. Mas estamos aos poucos indo atrás e buscando soluções para todos estes problemas. É preciso ter paciência e agir com cautela”, disse o gestor.

A atual secretária de educação, professora Lourdes Pereira, conta que outro fator que pesou para que houvesse desequilíbrio na educação foi o excesso de transferências e remoções realizadas durante a ex-gestão. Segundo ela, a grande maioria das transferências de unidades de professores foi com destino a zona urbana, o que deixou em déficit a educação na zona rural de Barras. “O ex gestor até publicou que deixou recursos nas contas, mas a situação que recebemos é bem diferente porque até mesmo o último recurso que deu pra ‘aliviar’ foi por conta da repatriação, que não era um dinheiro planejado”, afirma Lourdes.

Somente a parcela atrasada com o INSS abocanhou quase todo o dinheiro deixado em caixa pela última gestão, inviabilizando de imediato alguns trabalhos dentro da secretaria. Na época o ex-secretário chegou a anunciar que havia deixado R$ 500 mil em caixa. Com a finalidade de retomar as aulas na zona rural, a prefeitura teve que cancelar várias portarias e retornar professores para seus lugares de origem. O erro administrativo teve uma consequência: perda de alunos e consequentemente perda de recursos do Governo Federal.

“É uma questão seríssima, mas estamos amigavelmente conversando com os professores e colocando a situação e pouco a pouco estão voltando. Sei que causa uma insatisfação, mas estão vendo que a situação é complexa pois já perdemos muitos alunos ano passado, houve uma redução de quase 4 milhões de reais”, explica a secretária.

De acordo com ela, a ex-gestão teria deixado de recolher R$ 438.883,02, que poderia ter aliviado a situação de muitos servidores. O pagamento de um 14º salário aleatório e o não pagamento das contribuições dos servidores com o INSS completam a lista da ‘desgovernada’ gestão na educação do município.

Nossa reportagem entrou em contato com o ex-prefeito, Edilson Sérvulo (O Capote), para que o mesmo se pronunciasse sobre o assunto. Porém até o fechamento desta matéria, os telefones do ex-gestor encontravam-se desligados.

Processo Seletivo

Com o quadro atual de servidores o município até consegue viabilizar grande parte do ensino, havendo necessidade de contratação de poucos profissionais que, por estarem à disposição de programas educacionais ou outras atividades, não podem ir à sala de aula. É por isso que a gestão está realizando um processo seletivo, já que estes profissionais irão apenas substituir temporariamente os professores efetivos que estão à disposição de outros setores.