Com o objetivo de mensurar os efeitos da crise financeira vivenciada pelas administrações municipais, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) realizou pesquisa para saber quantos Municípios decidiram apoiar o carnaval em 2018, bem como os motivos que levaram as prefeituras a não contribuírem com a festa.
O estudo repercutiu em jornais de todo o país. À rádio CBN, ele destacou que o cenário é consequência da crise financeira pela qual passam os Municípios. “Sabe-se que se agrega muito na parte de turismo, e até na arrecadação, mas as prefeituras estão em uma situação muito difícil. Quase 30% delas fecharam 2017 no vermelho. Muitas, mais de 50%, estão com restos a pagar. E há uma deficiência de recursos principalmente na área da saúde, da assistência social e da educação. Então, as prefeituras começaram a cortar”, alertou.
A pesquisa foi iniciada em 15 janeiro e concluída dia 7 de fevereiro deste ano e foi feita por manifestação espontânea dos Municípios. Participaram 3.426 Municípios, representando 61,5% do total.
Entre os pesquisados, 1.649 não irão contribuir com o carnaval em 2018, equivalente a 65,4% dos Municípios analisados, o que reflete uma falta de recurso ou falta de prioridade em investir no festejo.
De acordo com 51,6% dos gestores, o motivo para não haver suporte ao evento é a existência de outras prioridades na gestão local. Já 45,5% apontaram a falta de recurso destinado ao carnaval e outros 7,9% disseram ter outra demanda da sociedade.
Quando questionados qual seria o destino do recurso não utilizado no apoio ao carnaval de 2018, os Municípios pesquisados sinalizaram diversas. As áreas que os gestores destinarão tais recursos com maior intensidade são saúde e educação, que receberão verbas de 20,91% e 17,89%, respectivamente.
Anos anteriores
A pesquisa mostra, ainda, que do total de pesquisados, 1.294 tinham o costume de apoiar o carnaval em anos anteriores, o que corresponde a 50,7% dos participantes da pesquisa. Os outros 1.256 Municípios (49,3%) não costumavam apoiar os eventos de carnaval em suas cidades.
Os Municípios mais atingidos são aqueles que possuem até 50 mil habitantes, os que mais dependem dos repasses das transferências constitucionais, sendo assim priorizam outras áreas.
Ouça aqui a entrevista completa. E veja aqui o estudo da entidade.