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Doses de reforço contra Covid-19 ainda não são ministradas no Brasil

Com um pouco mais de 20% da população totalmente vacinada, o Brasil ainda está distante da meta de vacinar todos os brasileiros adultos até dezembro de 2021. No entanto, o cenário de países mais ricos já aponta para uma outra problemática, que é a aplicação de uma terceira dose, ou dose de reforço, questão ainda sem consenso e sem orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS). 

Desta forma, pesquisadores avaliam a necessidade e o melhor momento para um possível cenário de reaplicação do imunizante em cada país. As variantes do vírus, os laboratórios e a idade são aspectos levados em conta nas pesquisas, a fim de analisarem os diferentes contextos de reinfecção. 

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quarta-feira(18), que a terceira dose da vacina será aplicada, inicialmente, em idosos e profissionais da saúde. Todavia, ele não informou quando a dose de reforço começará no Brasil e afirmou ainda que mais dados científicos são necessários.

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

“Estamos planejando para que, no momento que tivermos todos os dados científicos e tivermos o número de doses suficiente disponível, já orientar um reforço da vacina. Isso vale para todos os imunizantes. Para isso, nós precisamos de dados científicos, não vamos fazer isso baseado em opinião de especialista”, explicou.

O ministro lembrou ainda que o Ministério da Saúde já encomendou um estudo para verificar a estratégia de terceira dose em pessoas que tomaram a CoronaVac. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também autorizou estudos de terceira dose das vacinas da Pfizer e AstraZeneca no Brasil 

Toda pesquisa é válida 

A biomédica Michelle Moura, ressalta que o debate é válido e todas as pesquisas são essenciais, visto que o vírus tem mutações e age de maneiras diversas.

"A discussão sobre a perspectiva de uma 3ª dose está relacionada, em grande parte, com a possibilidade de reinfecção da população pelas variantes, mais especificamente a Delta, bem mais contagiosa que as anteriores. Assim, eu vejo com bons olhos todas as pesquisas que promovam mais conhecimento das probabilidades, seja de uma 3ª dose, reforços ou não", comenta Michelle.   

(Foto: ODIA)

A biomédica também explica que o posicionamento da OMS, em contrariedade à dose de reforço, está baseado na distribuição equilibrada de vacinas pelo mundo, visto que países mais pobres estão com dificuldades de receber doses suficientes para a primeira imunização. 

Michelle reforça que a imunização completa ainda é capaz de proteger a pessoa das formas graves que a Covid-19 pode causar. "Cada indivíduo pode responder de uma forma diferente à vacina. Mas é certo que a imunização completa, seja com duas doses ou dose única, ainda protege das formas mais graves da doença. Se a pessoa já está completamente vacinada, continue se protegendo, pois o vírus ainda circula. E, quando chegar a vez de ir receber o imunizante, é irrelevante saber o laboratório. Seja imunizado", finalizou Michele Moura.   

O tempo em que o indivíduo estará imunizado após as doses necessárias ainda é incerto, mas as aplicações devem ser feitas em sua totalidade para o avanço da completa imunização. 

Em Teresina, a vacinação está aberta ao público de 25 anos ou mais e pode ser agendada pelo site Vacina Já, obedecendo faixa etária, grupos prioritários e essenciais disponíveis.