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Ministro da Educação, Milton Ribeiro, pede exoneração do cargo nesta segunda

No início da tarde desta segunda-feira (28), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, entregou pedido de exoneração ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Milton Ribeiro pede para deixar o cargo após um suposto favorecimento de pastores na distribuição de verbas do ministério vir à tona. O ministro negou as acusações.

Na carta em que pediu exoneração, Milton Ribeiro afirma que seu afastamento é única e exclusivamente decorrente de sua responsabilidade política. Além disso, o ministro afirma ter plena convicção que jamais realizou atos em sua gestão que não fossem pautados pela probidade. "As suspeitas de que uma pessoa, próxima a mim, poderia estar cometendo atos irregulares devem ser investigadas com profundidade". 

Em sua carta, o ministro pontua ainda que não quer deixar objeções quanto ao seu comportamento "que sempre se baseou em pilares inquebrantáveis de honra, família e pátria". 

Por fim, o ministro finaliza dizendo que isso é apenas um até logo, pois, provada sua inocência, ele retornará. “Não me despedirei, direi um até breve, pois depois de demonstrada minha inocência estarei de volta [...]”. 

Interinamente, Victor Godoy Veiga, atual secretário-executivo, ficará no posto como ministro da Educação.

Ministro da Educação pede exoneração do cargo (Foto: Antônio Molina/Estadão Conteúdo)


Leia a carta na íntegra:

Desde o dia 21 de março minha vida sofreu uma grande transformação. A partir de notícias veiculadas na mídia foram levantadas suspeitas acerca da conduta de pessoas que possuíam proximidade com o Ministro da Educação.

Tenho plena convicção que jamais realizei um único ato de gestão na minha pasta que não fosse pautado pela correção, pela probidade e pelo compromisso com o erário. As suspeitas de que uma pessoa, próxima a mim, poderia estar cometendo atos irregulares devem ser investigadas com profundidade.

Eu mesmo, quando tive conhecimento de denúncia acerca desta pessoa, em agosto de 2021, encaminhei expediente a CGU para que a Controladoria pudesse apurar a situação narrada em duas denúncias recebidas em meu gabinete. Mais recentemente, em _, solicitei a CGU que audite as liberações de recursos de obras do FNDE, para que não haja duvida sobre a lisura dos processos conduzidos bem como da ausência de poder decisório do ministro neste tipo de atividade.

Tenho três pilares que me guiam: Minha honra, minha família e meu país. Além disso tenho todo respeito e gratidão ao Presidente Bolsonaro, que me deu a oportunidade de ser Ministro da Educação do Brasil.

Assim sendo, e levando-se em consideração os aspectos já citados, decidi solicitar ao Presidente Bolsonaro a minha exoneração do cargo, com a finalidade de que não paire nenhuma incerteza sobre a minha conduta e a do Governo Federal, que vem transformando este país por meio do compromisso firme da luta contra a corrupção.

Não quero deixar uma objeção sequer quanto ao meu comportamento, que sempre se baseou em pilares inquebrantáveis de honra, família e pátria. Meu afastamento do cargo de Ministro, a partir da minha exoneração, visa também deixar claro que quero, mais que ninguém, uma investigação completa e longe de qualquer dúvida acerca de tentativas deste Ministro de Estado de interferir nas investigações.

Tomo esta iniciativa com o coração partido, de um inocente que quer mostrar a todo o custo a verdade das coisas, porém que sabe que a verdade requer tempo. Sei de minha responsabilidade política, que muito se difere da jurídica. Meu afastamento é única e exclusivamente decorrente de minha responsabilidade política, que exige de mim um senso de país maior que quaisquer sentimentos pessoais.

Assim sendo, não me despedirei, direi um até breve, pois depois de demonstrada minha inocência estarei de volta, para ajudar meu país e o Presidente Bolsonaro na sua difícil mas vitoriosa caminhada.

Brasil acima de tudo!!! Deus acima de todos!!!