O Dia Nacional do Livro, comemorado em 18 de abril, mais que uma homenagem ao escritor Monteiro Lobato, é um momento para incentivar à leitura para o público infanto-juvenil. Mesmo na era da informática, em que é possível ter todas as informações em um único click, o livro continua sendo o principal instrumento para formação das crianças.
Segundo Ursulina Maria Silva, professora e alfabetizadora, o contato e manuseio do livro são importantes para que a criança desenvolva o gosto pela leitura. “O encantar do livro é porque a criança pode sentar em uma roda e ter um contato visual, passando as páginas, vendo as ilustrações, e a criança fica mais encantada”, disse.
Foto: Arquivo/ODIA
Para crianças que ainda não sabem ler, os livros infantis com desenhos proporcionam uma leitura de imagem, fazendo com que a criança possa criar a história com base nas figuras que ela está observando e, a partir daí, estimular sua imaginação. A professora relata também que este processo de criação faz com que a criança aprenda a organizar seu raciocínio e criar sua linguagem.
Já a psicopedagoga Célia Ribeiro explica que as práticas criadas para as crianças são pensadas para que elas consigam desenvolver a leitura e a escrita no final da educação infantil. Ela conta que atividades lúdicas, como a contação de histórias e rodas de leitura, utilizando recursos variados, fazem com que a criança veja na leitura um momento divertido e prazeroso.
“Com isso, ela vai construindo, a partir da percepção enquanto leitor, que esse não é apenas mais um momento de atividade. E também é muito importante a participação dos pais nesse processo de leitura. Não adianta apenas oferecer o livro se a criança não identifica este hábito. Mesmo quando a criança não leia, os pais devem participar desse processo, pois o contato com essas atividades são muito importantes e a rotina da educação infantil contempla bastante atividades”, disse.
Uma ressalva que Célia Ribeiro faz é com relação aos bebês, que desde pequenos já podem fazer o manuseio de livros, com tamanho diferenciados, texturas, cores. Este trabalho, com estímulo do desenvolvimento oral e escrito, terão resultados muito satisfatórios.
“Os pais precisam estimular mais, ler para os filhos, porque se a criança ver os pais fazendo isso, ele seguirá os mesmo caminho. Os pais falam muito que não têm tempo, mas isso não é desculpa para você não introduzir seu filho no mundo literário. Viu a foto de alguém, pergunta quem é, se tem uma frase, diga o autor, para que ele saiba quem disse aquilo”, disse Ursulina Silva.
A professora também enfatiza que, apesar de trabalhoso, os pais devem incentivar que os filhos tenham mais contato com os livros, inclusive presenteando-os com um exemplar, ao invés de roupas ou brinquedos.
“O pai não precisa ler uma história toda, lê apenas algumas páginas, depois pergunta o que ele achou mais interessante, qual personagem ele gostou mais, e sempre fazendo isso de uma forma agradável, mostrando que aquele momento é prazeroso”, finaliza Ursulina Silva.