A brincadeira de passar trote para o Corpo de Bombeiros causa prejuízos graves à população. A instituição estima que, no Piauí, mais de 80% das ligações recebidas são trotes ou para tratar de assuntos não pertinentes à corporação.
“Apenas 17% das ligações são ocorrências verdadeiras”, revela a major Najra Nunes, do Corpo de Bombeiros do Piauí. E ela destaca que os pais têm papel fundamental na conscientização das crianças para que elas não realizem esses trotes.
Najra reforça que o número 193 é para casos de emergência e as ligações falsas impedem que o Corpo de Bombeiros atenda as ocorrências reais, deixando assim de salvar vidas. “Traz prejuízos financeiros para o órgão e para o Estado, que nos mantém, bem como para a vida e patrimônio das pessoas que realmente necessitam do nosso atendimento”, alerta.
De acordo com a major, os números de telefone são identificados pela corporação, mas a denúncia não é repassada para a Polícia Militar, tendo em vista que não há resolução dos casos.
Projeto de lei
No âmbito estadual, o deputado Gessivaldo Isaías (PRB) apresentou ontem (2) um Projeto de Lei que trata sobre a aplicação de multas em que passar trotes para órgãos que realizam atendimento de urgência e emergência, como o Corpo de Bombeiros e o Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência). O projeto está em análise na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Piauí.
No plenário, Gessivaldo citou dados da Polícia Militar do Piauí que apontam que, em 2016, o número 190 recebeu 395 trotes em apenas três meses. Ele citou ainda que mais de 140 trotes chegam a ser registrados pelo Corpo de Bombeiros na época em que ocorrem queimadas no Estado. As estatísticas endossam a relevância do tema.