Desde quando as recomendações de isolamento social
iniciaram, por conta da pandemia causada pelo coronavírus, em março deste ano,
praticamente todos os setores pararam- exceto aqueles considerados essenciais,
como da área da Saúde. Bares e restaurantes tiveram que se adaptar e agora
funcionam apenas via delivery, porém, outros setores interromperam
completamente suas atividades, como o de eventos.
Foto: SiteTourqual.
Tiago Peixoto é presidente da Associação Piauiense das Empresas de Eventos (APOE) e conta que recentemente foi apresentado um protocolo para reabertura do segmento de eventos no Piauí à Prefeitura de Teresina e que, em breve, será apresentado também ao Governo do Estado. Segundo ele, o documento foi feito a partir de instituições brasileiras e de outros países, que apontam medidas que visam oferecer a segurança sanitária necessária para que os eventos voltem a acontecer, mas de maneira sustentável, tanto economicamente como socialmente, inspirando a confiança das pessoas.
“Além disso, o protocolo prevê a reabertura gradual do segmento, vez que o setor de eventos é muito diverso, que reúne 10 mil, 20 mil pessoas, segundo algumas propostas, mas esses eventos estão sendo colocados sobre as mesmas perspectivas de pequenos encontros sociais, como casamentos e aniversários, que reúnem menos pessoas e é mais plausível um controle efetivo das medidas de distanciamento e segurança sanitária”, conta.
Tiago Peixoto destaca ainda que o protocolo sugere a abertura gradual do mercado para a realização desses eventos e visa diminuir os graves efeitos econômicos e sociais que essa paralisação tem causado. Contudo, a falta de perspectivas de abertura tem gerado uma crise econômica a todos que estão ligados, direta e indiretamente ao setor.
“É perfeitamente natural que tenha sido imposto esse afastamento e que é necessário, mas essa falta de perspectiva de abertura vem massacrando um setor que, por si só, já está completamente dinamitado. Segundo uma pesquisa recente do Sebrae com empresas que tiveram suas receitas reduzidas a nada, mais de 70% tiveram um faturamento reduzido de 75% a 100%. E soma-se a isso a falta de fechamento de novos contratos. Diante das incertezas, as pessoas que planejavam casar, fazer um aniversário ou realizar algum tipo de evento no próximo ano não estão fechando contratos por falta de perspectiva e essa economia não está girando”, pontua.
O presidente da APOE ainda destaca que, o setor de eventos é responsável por 12% do PIB, além da geração de milhares de empregos e que os postos de trabalho estão sendo fechados devido à crise. “Estamos falando de um setor e vários outros que tem o seu ganha pão nesse tipo de atividade e estão desamparados. Esse é um dos setores que mais emprega no Brasil e isso tem gerado desemprego. Mais de 80% das empresas pretendem reduzir pela metade o número de funcionários, mas também existem os profissionais autônomos, como garçons, fotógrafos”, reforça.
Tiago Peixoto comenta que a APOE se diferencia das demais associações existentes no Brasil por não focar apenas nos organizadores de evento ou no setor de festas e que, ao atender à pluralidade do setor, coloca o cliente em primeiro lugar.
“Porque para sustentabilidade do negócio e do segmento como um todo, o cliente tem que estar satisfeito, tem que estar em um ambiente de negócios seguro para que ele faça essa roda girar. A associação fala em nome da coletividade e sustentabilidade econômica e social”, disse.