O novo corte anunciado pelo Ministério da Educação (MEC), na segunda-feira (28), deve afetar diretamente o pagamento de contas de
energia elétrica e projetos voltados para a assistência estudantil no Instituto
Federal do Piauí (IFPI). Segundo o reitor da instituição, Paulo Borges, o impacto nas contas da instituição de ensino
deve ser na ordem de R$ 2,3 milhões.
"A gente tem um déficit orçamentário em virtude do corte que ocorrera em junho, da ordem de R$ 5,2 milhões. Mesmo a gente cortando gordura, o nosso déficit ficou em R$ 2,3 milhões. No entanto, com esse bloqueio, isso compromete, sobretudo, o pagamento de energia elétrica, na ordem de R$ 1,5 milhão, e aproximadamente R$ 500 mil só da assistência estudantil, envolvendo bolsa e restaurante", afirmou o reitor.
Foto: Assis Fernandes/O Dia
Além disso, o corte também irá afetar as reformas que estavam planejadas para os restaurantes do campus do bairro Dirceu, em Teresina, e do campus de José de Freitas. A verba programada para essas duas reformas era de cerca de R$ 250 mil. Para o reitor, o estudante é o principal prejudicado com o bloqueio. "Isso envolve, sobretudo, o aluno, porque a reforma do restaurante é uma garantia de que o nosso aluno vai poder se alimentar no instituto", avalia.
Em entrevista ao O DIA, o reitor explicou que por volta de 35 mil pessoas devem ser afetadas com o bloqueio, incluindo 32 mil alunos, 2.500 servidores - entre professores e técnicos-administrativos - e 570 colaboradores terceirizados. "São pessoas que dependem diretamente do funcionamento do instituto, desde Parnaíba a Corrente. É uma necessidade urgente que Brasília tenha sensibilidade e desbloqueie esse orçamento até sexta-feira", destaca.
Em nota, a UFPI também informou que o bloqueio no orçamento irá comprometer as atividades desenvolvidas na instituição. Segundo a universidade, o corte "torna insustentável a situação financeira da Instituição, a mais grave vivenciada na história da Universidade". O novo bloqueio retira da UFPI mais de R$ 5,2 milhões do orçamento que restava para os empenhos do encerramento do exercício do ano letivo de 2022, que precisam ocorrer até a data limite de 9 de dezembro.
O novo corte anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) é de R$ 1,68 bilhão, sendo R$ 220 milhões das universidades e institutos federais. Os valores dos bloqueios variam de acordo com cada instituição de ensino.