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Covid-19: maternidade Evangelina Rosa está com 95% dos leitos ocupados

A Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER), em Teresina, tem registrado, nos últimos 14 dias um aumento na taxa de ocupação na ala de tratamento de gestantes e recém-nascidos diagnosticados com Covid-19.

 Atualmente, a maternidade possui 22 leitos clínicos para atender este público, sendo que, 21 estão ocupados, o que representa 95% dos leitos. Dentre os leitos de UTI Covid, a realidade não  é diferente, a maternidade possui 10 leitos, e destes, 5 estão ocupados. 

"Até 14 dias atrás, a maternidade estava vindo em uma situação de conforto, com 30% da sua capacidade ocupada, mas nos últimos dias, os casos de Covid-19 aumentaram. A maternidade tinha 16 leitos e 10 leitos de UTI e nós tivemos que ampliar esses leitos clínicos- para 22, e hoje iremos ampliar mais 6 leitos, serão no total 28 leitos clínicos", explica médico Francisco Macêdo, diretor geral da MDER.


Foto: O Dia

Segundo o médico, embora as gestante se cuide mais- respeitem o distanciamento social, uso de máscaras e álcool em gel- elas continuam tendo contato com outras pessoas, que inclusive, podem ser assintomáticas, e isso vem fazendo com que os casos de Covid-19 em parturientes, aumentem.

 "As gestantes e lactantes não podem tomar vacinas contra Covid-19, porque as vacinas ainda não foram testadas nesse grupo. Por isso, os cuidados devem continuar. A maternidade tem se preparado para atender os casos, mas a gente tem a ideia que os casos aumentem e  venhamos a ter um colapso. Assim, os cuidados devem ser redobrados", afirma Francisco Macêdo.

Por fim, o diretor orienta que os hospitais, tanto de Teresina quanto do interior, tentem  avaliar o seus casos de baixos riscos em suas localidades, ao invés de encaminharem a gestantes diretamente para a maternidade, "se continuarem mandando todos os casos, nos vamos ter um colapso e os casos mais graves, não terão atendimento", conclui.

"Quando não mata, esse vírus maltrata", diz gestante com covid

Com quatro meses de gravidez, a professora teresinense Cristiane Andrade tem enfrentado um dos maiores desafios de sua vida: lidar com a covid-19 no meio da gestação. Sintomas fortes, mal estar e resguardo: tem sido essa a realidade dela durante os últimos dias e o que preocupa ainda mais é o fato de ela ser diabética e hipertensa, fatores que a tornam não apenas grupo de risco para a doença, como também representam risco para sua gestação.

Em um relato à reportagem de O Dia ela conta o que tem passado com o enfrentamento do vírus. "No início, achei que era fraqueza da gravidez mesmo, mas vieram os sintomas da gripe como febre, dor de cabeça, dor no corpo e nariz escorrendo. Fui para a urgência, fui medicada e voltei para casa, mas os sintomas continuaram. Então eu pedi o olfato e o paladar e voltei novamente no médico. Decidiram me internar. Fiz o teste e fiquei aguardando o resultado, fiz raio-x do pulmão, ultrassom e depois fui transferida para a Evangelina Rosa. Lá o médico decidiu que eu podia tratar em casa, porque ainda era só uma suspeita, não tinha saído ainda o resultado do teste. Mas é muito sofrimento, muito difícil", diz Cristiane.

Com tosse forte e vivendo o que ela chama de agonia com falta de ar, nervosismo e o medo do que pode acontecer no dia seguinte, ela faz um apelo para que as pessoas permaneçam em casa se puderem, porque o vírus, ela diz, não foi embora. "Ele está aí e maltrata muito. Só o que vemos são pessoas sofrendo. O medo é muito grande, porque quando ele não, esse vírus maltrata. Eu peço cuidado redobrado e para que as pessoas não relaxem", pede.

"Não tive reação nenhuma", diz grávida após tomar a vacina

Gestantes também podem tomar a vacina contra a covid-19 e mais do que poder: elas devem buscar o posto de saúde caso sejam do grupo prioritário (possuidoras de comorbidades ou profissionais da saúde). Foi na certeza de que ser imunizada não traria riscos para ela e nem para o seu bebê, que a servidora da FMS, Paloma Santos, decidiu tomar a vacina contra o coronavírus durante a gestação. Ela conta que, de início, ficou receosa de tomar a primeira dose por medo das reações adversas que pudesse ter e que pudesse afetar de alguma forma a saúde de seu filho. 

Mas após a divulgação de estudos preliminares mundo afora comprovando a eficácia e segurança dos imunizantes, Paloma decidiu buscar o posto de saúde para aplicação da primeira dose. "Conversando com a minha médica na consulta pré-natal, a gente viu que os riscos de tomar uma vacina com o vírus inativado seriam bem menores do que pegar o virus de fato e não saber como meu corpo reagiria àquela situação. Estou trabalhando, já tomei as duas doses e não tive reação alguma, nenhum tipo de complicação. O bebê segue bem, ativo e com os batimentos ok", relata Paloma.

Ela torce agora para que seu bebê, quem sabe, nasça com algum tipo de imunidade contra o coronavírus, já que há estudos mostrando que há anticorpos no sangue do cordão umbilical de bebês cujas mães foram vacinadas contra a covid-19.