Os serviços de meteorologia da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semar) registraram, na noite de quinta-feira e madrugada desta sexta, 29 e 30 de março, índices de precipitações elevadíssimos na capital piauiense.
De acordo com a meteorologista Sônia Feitosa, gerente de Hidrometeorologia da Semar, as chuvas mais fortes ocorreram na zona leste da cidade, mas em outras regiões os níveis pluviométricos também foram elevados.
Chuvas devem continuar frequentes e intensas no mês de abril, segundo a Semar (Foto: Assis Fernandes / O DIA)
"No bairro Santa Isabel [zona leste], por exemplo, choveu 166 milímetros, que corresponde a uma das maiores chuvas de que se tem notícia nos últimos tempos em Teresina. Na região do Buenos Aires, na zona norte, chegou a 143 mm, e no bairro Ilhotas [região central] também ficou em torno dos 140 mm", afirma a meteorologista.
Sônia Feitosa explica que, normalmente, os primeiros meses do ano costumam ter índices pluviométricos altos no Nordeste brasileiro, mas neste mês de março, no Piauí, as precipitações ficaram muito abaixo do esperado, por influência do Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), área onde os ventos nos níveis mais altos da atmosfera giram no sentido horário, fazendo com que o ar seco desses níveis mais altos desçam para a superfície.
Esta escassez de precipitações, porém, foi compensada pelas fortes chuvas que ocorrem desde a noite de quinta-feira em vários pontos da região metropolitana de Teresina.
A expectativa da Semar era que chovesse 300 mm em março, mas até o início desta semana não havia chovido nem metade disso. Ou seja, em aproximadamente 12 horas choveu na capital o equivalente ao somatório de todas as precipitações ocorridas durante o mês de março inteiro.
"Nós pegamos os dados de algumas estações e concluímos que a chuva desta noite compensou todo o mês de março, que teve um índice pluviométrico abaixo do esperado. E a tendência é que, no mês de abril, as chuvas continuem frequentes tanto na capital quanto nos municípios do interior do estado, por conta da zona de convergência intertropical, que consiste no acúmulo de nuvens carregadas por conta do encontro dos ventos alísios que vêm do Oceano Atlântico, do nordeste e do sudeste do globo. Esse sistema é o que provoca as chuvas mais fortes na região equatoriana, que corresponde ao Nordeste brasileiro", afirma a meteorologista.
Segundo Sônia Feitosa, a expectativa é que as chuvas prossigam em todo o Piauí, sobretudo no norte do estado, e com menor intensidade na região sul.