Acostumados com o mesmo valor em
Teresina e Timon, os estudantes que utilizam a linha entre as duas cidades, que
é operada pela empresa Dois Irmãos, tiveram que se adaptar a alteração de
valores cobrados na meia passagem. Antes seguindo o congelamento de Teresina, a
empresa cobrava a meia de R$ 1,05, mas desde o dia 1º de março, os estudantes
passaram a pagar R$ 1,37.
O diretor da Dois Irmãos, Marcelino Lopes, explicou que ao contrário de Teresina, parte do valor da meia não é subsidiado pela prefeitura de Timon. "Acontece que na linha interestadual semiurbana Teresina-Timon, não existe subsídio. A ANTT não subsidia nada, e as duas prefeituras não o fazem porque é um outro modal, ligado à área federal, e não municipal. Então a empresa não tem condições de ficar bancando isso. Não nos restou outra alternativa”, explicou o diretor.
Segundo Marcelino, a tarifa de Teresina foi calculada e aprovada no Conselho Municipal de Transportes, no valor de 2,85, com a meia em 50%.” O prefeito de Teresina resolveu subsidiar R$ 0,10 na tarifa inteira, autorizando em R$2,75, e congelou a meia, que era pra ser de R$ 1,42, mas manteve em R$ 1,05”, explicou.
Logo, a prefeitura repassa essa diferença direto para as empresas. A informação foi confirmada pela assessoria da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Teresina – STRANS.
Marcelino ainda acrescentou que a Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT autorizou um reajuste no dia 21 de fevereiro, onde a empresa pode cobrar a passagem de até R$ 2,95, e afirmou que não são obrigados a cobrar meia passagem. "Nós não colocamos a passagem a R$ 2, 95 por entender que no momento a gente deveria seguir o modelo de Teresina, mesmo. Achamos justo manter R$ 2,75, já que 75% dos nossos usuários pagam inteira, então estaríamos agradando a grande maioria”, pontuou o diretor da Dois Irmãos.
Em nota, a ANTT confirmou que no âmbito do transporte interestadual de passageiros não há base legal para a cobrança de meia passagem.
O estudante universitário Weslley Oliveira mora em Timon, e precisa se deslocar diariamente para Teresina usando os ônibus da empresa. Ele alegou que o aumento é inexplicável. “Eu me sinto lesado. Além da gente não ter um sistema de integração, esse aumento pegou todo mundo despreparado, sem aviso nenhum. Um sistema que leva somente até ao Centro de Teresina, não distribui nem pelos bairros, e a gente fica sem ter a quem recorrer. Não tem explicação, não tem desculpa”, protestou.
Timon City
Nesta segunda-feira (07), os ônibus da Timon City voltaram a circular com três linhas: Novo Tempo, Júlio Almeida/Padre Delfino e Júlio Almeida/Hospital Ponte Nova e Vila do BEC. O preço, entretanto passou a ser de R$ 2,75. Antes, a empresa cobrava R$ 2,00.
Em janeiro, o prefeito de Teresina, Firmino Filho e o prefeito de Timon (MA), Luciano Leitoa, participaram de uma reunião com Jorge Bastos, presidente da ANTT (Agência Nacional de Transporte Público), além de parlamentares dos dois estados, para discutir a criação de um consórcio que deve fazer a gestão do transporte público entre as duas cidades. Na última reunião, Jorge Bastos garantiu que o consórcio acontecerá em breve.
A ideia da criação do consórcio surgiu em setembro de 2015. Na época, o secretário de Assuntos Estratégicos de Timon, Jair Mayner disse que o consórcio passaria a ter as mesmas atribuições que hoje são da ANTT. “As prefeituras é que vão fiscalizar, gerir, planejar e regular o transporte público entre Teresina e Timon”, disse Mayner.