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Golpes na internet: veja os mais comuns e como se proteger

Com a dinamização das redes sociais, as relações pessoais se estreitaram e a comunicação foi facilitada a níveis nunca antes imaginados. Mas do mesmo jeito que o uso da internet tem seus pontos positivos, ele requer também alguns cuidados. Isso, porque por trás de fotos de perfis e nomes de usuários pode haver gente má intencionada à espera de uma simples oportunidade para enganar, aplicar golpes e levar vantagens.


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No início deste ano, mais de 220 milhões de brasileiros tiveram seus dados vazados na internet. Eram números de CPF, nomes, sexos, datas de nascimento além de dados de veículos e CNPJ circulando na internet de forma gratuita ou na chamada Deep Web de forma paga. As informações foram obtidas e compartilhadas ilegalmente por um grupo de hackers desbaratado em uma operação da Polícia Federal em março.

Esse vazamento chamou a atenção justamente porque os dados liberados de maneira ilícita na rede foram amplamente apropriados por criminosos para a aplicar golpes, sobretudo na população mais vulnerável como idosos e pessoas com pouco conhecimento sobre como funcionam estas tecnologias de redes sociais e comunicação virtual


Foto: Arquivo O Dia

Teresina não fugiu à regra. Os Distritos Policiais da capital investigam inúmeros casos de vítimas de golpes aplicados por celular, pelo computador e até mesmo dentro de agências ou nas própria casas das vítimas. Um dos mais comuns no momento é o chamado Golpe do Falso Fisioterapeuta. Se aproveitando do momento de pandemia que se vive, criminosos ligam para a casa da vítima, se apresentam como representantes de órgãos de saúde públicos e agendam horários de visita com idosos e pessoas acamadas. Ao chegarem ao local, fazem arrastões e roubam tudo que podem roubar.

“Temos caso recente de criminosos que entraram na casa de uma senhora trajando uniformes da Fundação Municipal de Saúde de Teresina. Outros que se passaram por representantes de uma empresa de dedetização e pediram que a dona da casa saísse para aplicarem o veneno. Ela saiu e quando voltou, a casa não tinha mais quase nada dentro”, relatou o delegado Odilo Sena, titular do 13º DP de Teresina.


Delegado Odilo Sena - Foto: O Dia

Outro golpe bastante comum é do Falso Motoboy. Ele relata passo a passo como os criminosos agem nesta modalidade. 

“Alguém liga se apresentando como representante de instituição financeira, pergunta se a pessoa tem cartão de banco tal e se ela fez determinada compra nele. A pessoa nega, claro, e eles informam que estão tentando fraudar o cartão. Assustada, a vítima cai na engenharia social deles e acaba confirmando vários dados como senha, número do cartão, código de segurança e CPF. De posse desses dados, eles pedem que a pessoa destrua o cartão, mas conserve o chip, coloque em um envelope que um motoboy passará para recolher em nome do banco. Com aquele chip e os dados, essas quadrilhas fazem miséria com o nome alheio”, alerta. 

Outros golpes são mais simples e envolvem o uso de tecnologias que se tornaram presentes no dia a dia das pessoas atualmente. É o caso do Falso Passageiro, onde criminosos usam sistemas de transporte por aplicativo para roubar. Nestes casos, a vítima pede uma corrida compartilhada, ou seja, solicita uma viagem mas deixa o sistema aberto para que outra pessoa pegue o mesmo carro que ela. 

“Quando você faz isso, não sabe quem está botando no carro com você. O criminosos, com os dados de outra pessoa, manifesta o desejo de dividir a corrida, normalmente vai com arma, entra no carro com o cidadão e o motorista e 100 metros depois anuncia o assalto. Leva carro, bolsa, celulares, dinheiro, leva tudo”, diz Odilo. O delegado aconselha que as pessoas não peçam corridas compartilhadas nos aplicativos de transporte, porque elas podem até sair mais baratas, mas os riscos que se corre não valem a pena.


Como não cair em golpes virtuais

O delegado Odilo Sena tem feito um trabalho informativo em sua rede social, alertando seus seguidores para os riscos dos golpes nas plataformas virtuais. E ele afirma que algumas atitudes simples impedem que as pessoas caiam neste tipo de situação. 

“A primeira dica é nunca dar a senha do cartão. Ninguém é dono da sua senha, não é para passar para ninguém muito menos se for por telefone. A segunda dica é: sempre desconfie. Falou no telefone? Desconfie, não confirme nem passe seus dados. Desligue, cancele a comunicação. O banco nunca procura o cliente, é o cliente que procura o banco. E a principal para hoje em dia: nunca clique em links que você não sabe de onde vêm. Não clique em links de promoção por mais atrativos que eles possam parecer. Procure antes a loja, a empresa que está fornecendo aquele serviço. E fique atento, porque os criminosos sempre vão diretamente em cima de coisas que nos são sensíveis”, finaliza.