Quem depende do transporte público em Teresina seguirá com dificuldades de ir e vir nos próximos dias. Isso porque a greve geral deflagrada pelos motoristas e cobradores nesta segunda-feira (08) continua sem ter previsão de fim. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (SINTETRO), ainda não houve sinalização de negociação por parte da classe patronal.
No momento, apenas 170 ônibus circulam pelas ruas da capital e a Strans (Superintendência de Transporte e Trânsito de Teresina) cadastrou veículos alternativos para rodarem durante este período de modo a minimizar os impactos da greve para a população. A entidade representantes dos trabalhadores diz que está mantendo os 30% da frota exigidos pela lei durante a paralisação.
Foto: Assis Fernandes/O Dia
É o que afirma o secretário da presidência do SINTETRO, Francisco Sousa: "Nós lamentamos que a população esteja sendo afetada, mas estamos no nosso direito de reivindicar melhores condições salariais e de trabalho. Não podemos é continuar como está, sem receber pelo nosso serviço, sem as nossas garantias e benefícios. Estamos sem tíquete alimentação, estamos tendo que arcar com 100% do plano de saúde que é pra ser dividido entre a gente e os empresários, fora os outros direitos que nos foram tirados já vai fazer um ano", explicou Francisco.
Dr. Pessoa critica a greve e diz que "batem de frente com a Prefeitura"
Em recente entrevista durante solenidade de inauguração de um posto de vacinação contra a covid-19, o prefeito de Teresina. Dr. Pessoa, afirmou que a greve dos motoristas e cobradores de ônibus é incentivada pelos empresários e que a classe patronal e a classe trabalhadora "batem de frente com a Prefeitura". A declaração veio durante uma fala do gestor orientando que a vacinação seja feita no domicílio dos idosos acima de 90 anos para evitar deslocamento.
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"A minha orientação é que os idosos que não têm oportunidade de sair de casa sejam vacinados em casa, ainda mais nessa greve dos motoristas incentivados pelos empresários do transporte coletivo. Eles estão batendo de frente com o prefeito que não tem medo de onça nem de lobisomem. Por isso nós vamos agir. Sem agressão, mas vamos agir dentro do olhar jurídico e das ações administrativas", disparou Dr. Pessoa.
O prefeito não especificou que ações serão tomadas no sentido de se chegar a um acordo para que os motoristas e cobradores de ônibus voltem aos seus postos de trabalho e a greve da categoria sejam encerrada.
Dr. Pessoa criticou a greve dos motoristas e cobradores de ônibus e disse que "estão batendo de frente com a Prefeitura" - Foto: Assis Fernandes/O Dia
O SINTETRO rebateu a fala de Dr. Pessoa e disse que o impasse da categoria é justamente com os empresários e não com a Prefeitura. "Nossos problemas são com a classe patronal, que não cumpriu com os deveres dela com a gente. Não estamos batendo de frente com a Prefeitura e sim com quem nos paga, que são as empresas de ônibus", afirmou o secretário da presidência da entidade, Francisco Sousa.
Procurado pela reportagem, o SETUT ainda não se pronunciou a respeito do movimento grevista nem da fala do prefeito Dr. Pessoa. O espaço segue aberto para futuros esclarecimentos.