O Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro) organizou na manhã desta quinta-feira, 11, mais um ato de manifestação para reivindicar os direitos de motoristas e cobradores do sistema de transporte público de Teresina. O ato aconteceu na Avenida Frei Serafim, no centro da capital, no local agentes redirecionaram o tráfego de veículos para evitar transtornos.
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Vale lembrar, que os trabalhadores estão em greve desde se segunda-feira, 08, após algumas paralisações da categoria. Segundo Edilane Carvalho, Secretária de Informação do Sintetro, os trabalhadores estão indignados pois estão recebendo diária.
“Não tem ticket, não tem plano de saúde e para completar estão trabalhando sem carteira assinada. Enquanto não assinar a convenção para nós termos nossos direitos de volta, o movimento não para e a greve continua”, afirma secretaria.
Sendo assim, a greve não data para acabar caso não seja assinado a convenção, pois de acordo com o Esmerino Costa, secretário Jurídico do Sintetro, em 2020 foi realizado um acordo que só durou até o mês de março.
Greve dos ônibus: trabalhadores pedem assinatura de convenção para voltarem ao trabalho. Foto: Assis Fernandes/ O Dia
“Em março, eles supriram tudo, deixaram de pagar o nosso aumento de 4,48%, tiraram ticket e plano de saúde. E quando entrou a medida provisória do Governo Federal de redução de salário e redução de jornada (por causa da pandemia), a categoria ficou recendo micharia, tentamos negociar o dissidio coletivo, mas eles não querem”, conta Esmerino Costa.
Para os sindicalistas os empresários donos das empresas de ônibus estão utilizando a greve dos trabalhadores para pressionar acordos com a nova gestão da Prefeitura de Teresina.
“Em 17 anos que trabalho na categoria, sei que o SETUT sempre usou os trabalhadores para tentar ser beneficiado com qualquer movimento contra a prefeitura, estamos a tempo de passar fome, tem hora que dá vontade de chorar, porque queríamos estar trabalhando, pagando nossas contas. E é muito simples de resolver, é só assinar a convenção de 2019, não pedimos aumento de salário”, conclui.
Outro lado
Setut esclareceu ao PortalODia.com que, no momento, não há possibilidade de cumprimento total dos termos vigentes na convenção coletiva de 2019, devido ao déficit financeiro pelo qual o sistema passa e a falta de repasses previstos no contrato de concessão, descumpridos pela gestão municipal, que são essenciais para o funcionamento eficaz do sistema de transporte público.
"A entidade reitera que está em busca, prioritariamente, da manutenção dos postos de trabalho e consequentemente a sobrevivência do sistema. O sindicato segue em busca de uma negociação efetiva e uma melhor alternativa para um acordo com a categoria dos trabalhadores, a fim de que o movimento grevista seja interrompido" afirma o Setut em nota.