O assassinato do estudante de Medicina Antônio Rayron Soares de Holanda, de 22 anos, interrompeu os sonhos do jovem, que estudava 15 horas por dia para ser aprovado no vestibular de Medicina, um dos mais concorridos do país. Em entrevista ao O DIA, no ano de 2015, Rayron Holanda falou sobre a concretização do sonho de cursar Medicina na capital. Três anos depois, o jovem foi morto com um tiro no peito no terminal de ônibus da avenida Miguel Rosa, zona Sul de Teresina, quando ia para um estágio do curso. O principal suspeito é um menor apenas dois anos mais novo do que Rayron na época da sua aprovação.
Rayron e o pai, Raimundo Holanda, comemorando a sua aprovação em 2015. (Foto: Reprodução)
Natural de Elesbão Veloso e vindo de família humilde, o jovem relatou ao O DIA que descobriu a sua paixão pela área de saúde ainda no ensino fundamental, e passou a se dedicar a ser aprovado para o curso de Medicina. Após prestar Enem como treineiro, foi em 2014 que Rayron Holanda conseguiu a pontuação de 785,86 pontos, sendo aprovado para Medicina na Universidade Federal do Piauí e em uma faculdade particular da capital.
Na época, o jovem atribuiu a sua conquista ao apoio familiar e à dedicação integral ao vestibular, chegando a estudar 15 horas por dia, com pausas apenas para lanchar. “De segunda a sábado, de 7h às 13h30min, o estudante frequentava o colégio e assistia todas as aulas. Pela tarde, quando chegava em casa, o jovem almoçava, descansava por alguns minutos e continuava estudando até meia-noite”, relatou a jornalista Aldenora Calvacente, que entrevistou Rayron.
“A sensação de ver meu nome na lista dos aprovados foi uma das melhores sensações da vida. Sinto que tudo que eu abdiquei durante esses anos, todo o esforço que eu fiz, teve recompensa”, concluiu na época. Após o tão sonhado resultado, Rayron viajou para Elesbão Veloso, cidade onde ainda mora o pai e o irmão mais novo, para comemorar a aprovação. Neste domingo, a Universidade Federal do Piauí organizou uma campanha para ajudar a família do jovem a levar o corpo para o município, onde foi enterrado.
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Aprovado em medicina veio do interior do Piauí e estudava 15h por dia