A Justiça do Trabalho conseguiu intermediar nesta quinta-feira (30) um acordo de convenção coletiva de trabalho entre patrões e trabalhadores do comércio.
O consenso veio durante uma audiência realizada no Tribunal Regional do Trabalho, entre o Sindicato dos Lojistas do Comércio do Piauí, que representa os patrões, e o Sindicato dos Comerciários de Teresina, que representa os trabalhadores.
O Sindlojas concordou em conceder um reajuste linear de 9,82% sobre o piso salarial, o ticket alimentação e o domingo trabalhado, bem como sobre os vencimentos de quem recebe acima do piso.
Com este percentual, os comerciários passam a ter um piso de R$ 981,79, o ticket fica em R$ 7,25 e o domingo trabalhado passa a R$ 45,57.
Na última sexta-feira (24) os trabalhadores realizaram uma paralisação para pressionar os lojistas. No mesmo dia a categoria fez uma assembleia geral, na qual ficou decidido que seria iniciada uma greve por tempo indeterminado, a partir desta sexta-feira, 1º de julho, caso os patrões não oferecessem um reajuste que pelo menos se equiparasse à inflação, o que acabou ocorrendo.
Valdivino Nonato de Sousa, segundo secretário geral do Sindicato dos Comerciários, considera que o reajuste linear de 9,82% não foi o ideal, mas, diante da crise econômica pela qual o país está passando, foi um índice aceitável. Ele afirma que a mobilização dos comerciários foi decisiva para que a classe conseguisse uma proposta razoável dos patrões. “Em outros Estados muitos acordos foram fechados com índices abaixo da inflação. Além de mantermos o índice de reajuste pela inflação, não tivemos retrocessos, como queriam os empresários, ao ameaçarem acabar com a antecipação salarial”, opina o sindicalista.
Atualmente, o Sindcom representa cerca de 20 mil trabalhadores - incluindo o comércio em geral, os supermercados e os atacados.
Os trabalhadores de supermercados e atacados já haviam fechado suas convenções de trabalho. Nos supermercados o piso passa para R$ 1.035,43, o ticket alimentação fica em R$ 9,83, e o domingo trabalhado custará agora R$ 52,71. No setor atacadista o piso será de R$ 1.000 e o ticket passa para R$ 9,00 (não há expediente aos domingos). Nos dois casos, quem ganha acima do piso terá um reajuste de 9.82%.
Em 2014, para pressionar os patrões, a categoria realizou uma greve que durou quase um mês.