Não só as belezas naturais
das praias paradisíacas,
sol e ventos fortes durante
todo o ano atraem turistas
e geram renda no Norte do
Piauí. O artesanato produzido
pelos artistas da região
se diferencia em diversidade,
qualidade e precisão.
As peças ganham tanto
destaque que, segundo os
produtores, mesmo nos
meses considerados como
de baixa temporada, o fluxo
de mercadorias continua
intensificado - ainda que em
menor proporção.
Francisco Ricarte, que
preside a Associação dos
Artistas do Delta, afirma
o fortalecimento constante
do setor. “Mesmo nesses
meses de baixa temporada,
nós conseguimos vender,
porque têm os turistas de
fora, como italianos, alemães
e tantos outros continuam
a consumir o nosso
artesanato. Mas no fim do
ano e nas férias, é claro, a
venda aumenta ainda mais,
por isso, já estamos nos
preparando para o mês de
dezembro”, conta.
Na Associação, que já
soma 23 anos de fundação,
46 artistas produzem e
comercializam peças em
uma loja localizada no Porto
das Barcas, em Parnaíba.
Entre os produtos que se
destacam, as pedras preciosas
do Piauí, como Opala
e Ametista, ganham novas
formatos ao passar pela
sensibilidade do processo de
lapidação dos artistas.
“São vários artesãos
que integram este espaço,
eles mesmo vem para cá e
vendem seus produtos. Trabalhamos
com as pedras do
Piauí, e eu sou especialista
em lapidação de pedras em
Pedro II. Mas temos várias
gemas, não só as opalas
de Pedro II. Temos a ametista
de Batalha, o cristal
de Cristalândia e a pedra
sabão na proximidade de
Sete Cidades. Além disso,
nós também representamos
as esculturas feitas pelos
artesães daqui da região”,
esclarece Ricarte.
As pedras se apresentam
de maneiras diferentes:
brancas, verdes, avermelhadas,
azuladas ou até
multicoloridas. Por trás do
valor que cada uma carrega,
há também a definição mística
dos objetos. Segundo
explica Ricarte, a opala, por
exemplo, dá sorte quando
presenteada. A ametista é
símbolo da transformação
e ajuda a eliminar vícios e
maus hábitos, já o quartzo
verde aquece a vida de
quem o carrega consigo.
São significados múltiplos,
para as pedras que, após
lapidadas, se destacam
em anéis, colares, brincos
e demais joias que conquistam
os turistas.
Além das pedras preciosas,
a riqueza do artesanato
da região Norte
também está nas esculturas
em madeira. No local, é
forte a procura por peças
entalhadas, que tem assinaturas
variadas, como a
da artista Karla Sales. “Nós
temos muitos talentos em
escultura de madeira, a
intenção é lançar o Museu
da Escultura Sertaneja,
que já tem o projeto feito e
em pouco tempo vai estar
disponível a todos os parnaibanos”,
destaca Ricarte.
Porto das Barcas
Além da loja da Associação
dos Artistas do
Delta, o Complexo Turístico
Porto das Barcas conta com
diversos espaços voltados a
comercialização do artesanato
piauiense. O local é um
dos principais pontos turísticos
da cidade de Parnaíba,
localizado às margens do
Rio Igaraçu, braço do Rio
Parnaíba.
No Porto das Barcas,
há grande variedade de
peças em cerâmica, renda
de bilros, cestarias de carnaúba,
móveis de talos
de carnaúba, esculturas
em madeira, tecelagens e
bordados, tapeçarias com
figuras rupestres, dentre
outros.
Foto: Glenda Uchôa/ODIA