Moradores do bairro Parque Progresso II, na zona Sudeste de Teresina, convivem há mais de 20 anos com uma realidade desconfortável. Em pelo menos quatro ruas da comunidade, o esgoto corre, literalmente, no meio da rua, causando uma série de problemas para quem vive na região, como acidentes e mau cheiro. O esgoto foi parar no meio da rua durante o processo de pavimentação do bairro, ainda nos anos 90. Segundo os moradores mais antigos, essa foi a única solução apontada, na época, para resolver o problema de irregularidade do terreno, que possuía muitas subidas e descidas.
“Colocaram o esgoto desse jeito alegando que era a única forma de colocar o calçamento, porque o terreno era meio irregular. Acontece que não pensaram nos problemas que isso causaria. Não existe escoamento da água, que fica acumulada no meio da rua e prejudica os moradores”, pontua a dona de casa Francisca Pinto, uma das primeiras moradoras do bairro.
O esgoto no meio da rua também é a causa de acidentes, que acontecem quase que diariamente na região. O morador Everton Diego afirma já ter presenciado diversas situações em que pessoas caíram devido à situação do esgoto do bairro. “Minha esposa mesmo escorregou e, por pouco, não se machucou de forma mais grave. Outro dia, um rapaz, em uma moto, foi atravessar a rua, o pneu derrapou e ele acabou no chão. É comum isso acontecer por aqui”, comenta.
Em dias chuvosos, a situação dos moradores das ruas 3,4,10 e 11, do Parque Progresso II, é ainda mais grave. Como a água não tem para onde escoar, o nível aumenta, deixando os moradores ilhados. A agente de saúde, Cristiane Diniz, aponta que, em dias de chuva, quem está dentro de casa não consegue sair, e quem está fora não consegue entrar.
“Tem que esperar a água baixar para poder sair de casa. A água falta entrar dentro da casa das pessoas. É uma situação muito complicada porque, além da sujeira, também existe o risco de contaminação por doenças, principalmente para as crianças”, comenta.
A forma como a pavimentação foi colocada nas ruas do Parque Progresso II também chama a atenção de quem não mora na comunidade, mas precisa passar pelo local. O motociclista Carlos Eduardo passou a frequentar o bairro nos últimos meses, e diz que sempre diminui a velocidade ao passar pelas ruas em que o esgoto corre no meio.
“Eu já andei por muitos lugares, mas nunca tinha visto uma rua em que o esgoto passa dessa forma, bem no meio. É muito arriscado, principalmente para quem anda de moto, porque qualquer descuido pode acabar caindo e pior, dentro do esgoto”, afirma Carlos Eduardo.
Os moradores da região afirmam já ter solicitado, por diversas vezes, a mudança do sistema de esgoto das ruas do bairro, mas nenhuma medida foi tomada. De acordo com eles, técnicos da Prefeitura já chegaram a visitar o local para fazer medições de uma possível galeria, mas nenhuma obra chegou a ser realizada no local.