Segundo o ranking de emissões de gases, o Piauí aparece como o 7º estado que menos emite Gases de Efeito Estufa na Atmosfera, o que representa 0,64% das emissões de todo o país. Em 2021, o Estado emitiu 15.560.078 toneladas de CO2e, se comparadas a 2.422.625.065 toneladas de CO2e de todo o Brasil. Isso coloca o Piauí em destaque na agenda de descarbonização, tema que está cada dia mais em alta.
O processo de descarbonização nada mais é do que a redução de emissões de carbono na atmosfera, sobretudo o dióxido de carbono (CO2). Conseguindo essa redução, espera-se neutralidade climática por meio da transição energética. Entretanto, essa não é uma tarefa fácil. Segundo a diretora de Sustentabilidade da Omega Energia, Lívia Mariz, o Brasil tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Ainda assim, cerca de 55% da energia consumida no país é proveniente de combustíveis fósseis que, portanto, desencadeiam a emissão de Gases de Efeito Estufa, acelerando o aquecimento global.
A descarbonização nada mais é do que a redução da emissão de carbono da atmosfera - Foto: Divulgação
“Atualmente, um dos principais desafios enfrentados pelo movimento de descarbonização é a viabilização da eletrificação de setores historicamente poluentes, como o de transportes, por exemplo. Esse movimento demanda um grande desenvolvimento tecnológico, o que pode levar um certo tempo”, explica. Enquanto esse avanço tecnológico não ocorre, há outras formas de fomentar a descarbonização. Uma delas é por meio dos offsets, que são utilizados para compensar as emissões de Gases de Efeito Estufa, e podem vir a ser importantes mecanismos de incentivo e controle, principalmente no setor privado.
Lívia Mariz lembra que a descarbonização deve ser abraçada pelos governos Municipal, Estadual e Federal, para que haja investimento, incentivos e regulações específicas sobre o tema. Ainda segundo ela, a descarbonização fomenta uma maior participação de todos os setores da economia.
“Existem algumas políticas e regulamentações que já foram implementadas ao redor do mundo que dão destaque e criam demanda pela descarbonização, como o mercado de carbono, por exemplo”, cita.
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Piauí também tem grande potencial na geração de energias renováveis
O Piauí também tem se destacado na geração de energias renováveis. Lívia Mariz enfatiza que o cenário é bastante favorável, mas é preciso avançar na pauta, atraindo mais investimentos, especialmente no desenvolvimento de regulamentações favoráveis que incentivem a descarbonização.
Segundo dados da ANEEL, atualmente, o Piauí conta com 17,2 GW de capacidade instalada, distribuídos majoritariamente entre complexos solares e eólicos. O estado tem apenas uma usina termelétrica em funcionamento, representando menos de 1% da capacidade instalada, o que é um diferencial bastante importante frente a outros estados brasileiros.
“De toda energia limpa e sustentável (usinas eólicas e solares) gerada no Brasil, mais de 10% vem do Piauí. Assim, o estado tem o potencial de ser um dos maiores protagonistas na transição energética brasileira. Há estudos que comprovam que ainda existem inúmeras oportunidades de geração eólica e solar onshore no estado todo”, acrescenta Lívia Mariz.