O câncer de colo do útero é uma enfermidade que acomete milhões de mulheres no mundo e tem apresentado crescimento ao longo dos anos. Somente no Piauí, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) projeta, para 2023, a ocorrência de até 360 casos de câncer do colo do útero em mulheres do estado. A doença é a terceira causa de mortes prematuras femininas no Brasil, sendo desencadeada por infecções recorrentes de alguns tipos de HPV.
A Campanha Nacional “Março Amarelo e Lilás” tem como finalidade conscientizar a sociedade sobre os sinais, sintomas, prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer do colo do útero e da endometriose, um problema de saúde pública. A ginecologista Cláudia Fontenele explica como as doenças afetam a vida das mulheres.
Hospital São Marcos (Foto: Reprodução)
“O câncer do colo do útero é uma doença maligna que acomete muitas mulheres e pode começar com uma infecção sexualmente transmissível pelo vírus HPV, geralmente ele começa com lesões pré-cancerígenas e quando não tratadas, não diagnosticadas precocemente, pode evoluir para um câncer. Enquanto a endometriose é uma disfunção que acomete algumas mulheres, onde o tecido que reveste o útero vai se implantar em outros locais, a gente não sabe ainda a causa, mas provoca muito desconforto e redução da qualidade da saúde da mulher”, informa.
O exame mais recomendado para detectar a doença é o Papanicolau e para realizá-lo, basta seguir a orientação de não ter relações sexuais (mesmo com camisinha) no dia anterior ao procedimento e evitar o uso de duchas, medicamentos vaginais ou anticoncepcionais locais nas 48 anteriores à sua realização. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo, a endometriose afeta cerca de 176 milhões de mulheres, sendo mais de 7 milhões somente no Brasil.
A médica Cláudia Fontenele destaca ainda a importância das mulheres realizarem seus exames de rotina. “A endometriose pode provocar dores, aumentar cólicas, dores nas relações, dores ao urinar, dores ao evacuar e é também um fator de infertilidade. Então o ideal é que as mulheres visitem regularmente o seu médico ginecologista, de forma que os diagnósticos sejam feitos precocemente. Com diagnósticos precoces, a gente tem uma maior taxa de eficácia nos tratamentos”, conclui a especialista.