Uma empresa especializada em gestão de frotas e meios de pagamentos fez um levantamento do preço do combustível no Brasil, baseado em 20 mil estabelecimentos, e constatou que o Piauí tem a gasolina mais cara do Nordeste. A pesquisa aponta que, em novembro, o litro do produto subiu 0,59% (R$ 4,583) em relação ao valor médio de outubro (R$ 4,556).
No Nordeste, a Paraíba apresenta o preço médio mais baixo (R$ 4,481), já o Piauí liderou com o maior valor em junho (R$ 4,677); julho (R$ 4,621); agosto (R$ 4,692); setembro (R$ 4,731); outubro (R$ 4,798) e novembro (R$ 4,746).
Já entre as capitais, Curitiba (R$ 4,138) e São Paulo (R$ 4,211) são as que apresentam preços mais baixos. Já Rio de Janeiro (R$ 4,965) e Belém (R$ 4,901) têm os valores mais altos. Teresina ocupa a 10ª posição no ranking, com o preço de R$ 4,611.
Segundo Alexandre Cavalcanti, presidente do Sindicato dos Proprietários de Postos de Combustíveis do Piauí, os motivos pelos quais o combustível no Estado é muito elevado são: não ter Porto; baixa produção de etanol; transporte via ferrovia ou rodovia, além da alta carga tributária.
O Piauí liderou com o maior valor do combustível de junho a novembro deste ano - Foto: Arquivo O Dia
“Como não temos porto, a gasolina vai para São Luiz; a maior parte de navio. Também somos um dos únicos estados do Nordeste onde a produção de etanol é insuficiente para abastecer o Estado, então é preciso ser importado. Além disso, todo nosso transporte é feito via rodoviário ou por trem, que sai mais caro do que feito de navio, já que onde tem porto o combustível tende a ser mais barato. E o principal e mais relevante fator é que nós temos a segunda maior carga tributária do país, só perdemos para o Rio de Janeiro”, enfatiza.
Alexandre Cavalcanti pontua ainda que ter o segundo maior imposto do país, além dos outros fatores, faz com que a gasolina tenha um preço final para o consumidor muito elevado. Para ele, reduzir o valor do imposto cobrado faria com que o preço do combustível reduzisse drasticamente.
“Eu acho inadmissível termos mais de 50% de imposto sobre um produto de primeira necessidade. Essa é uma briga constante do sindicato, já conversamos com o governo, já pedimos um pleito para todos envolvidos no setor de distribuição de combustível e revenda, solicitando que os estados cobrem o mesmo imposto para que se torne algo mais justo e o consumidor do Piauí não seja prejudicado frente ao consumidor do Maranhão ou Ceará. Mas, infelizmente, o governo não atende nosso apelo. Como se trata de um item de primeira necessidade, apesar de o governo precisar cobrar impostos para se manter, não poderia passar de 12%”, argumenta Cavalcanti.
Contraponto
A reportagem tentou contato com a Secretaria de Fazenda do Estado (Sefaz) para falar sobre a tributação dos combustíveis no Piauí, mas até o fechamento da matéria não recebemos o posicionamento.