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Piauí teve 176 focos de incêndio durante o final de semana

incêndio de grandes proporções que consome a vegetação na região de Monsenhor Hipólito, a 387 Km de Teresina, é apenas uma das várias ocorrência de fogo na mata que o Piauí registrou durante este final de semana. Dados do monitoramento por satélite do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apontam que o Estado contabilizou um total de 176 focos de incêndio em vegetação somente de sexta (25) a domingo (27). É como se por dia, tivessem surgido 58 focos em território piauiense.

O número de ocorrências no dia de ontem (27) foi suficiente para posicionar o Piauí como o sétimo estado brasileiro na quantidade de focos de incêndio no final de semana. O Estado ficou atrás apenas dos Estados do Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Maranhão. No total aqui no Estado foram oito focos na sexta-feira; 63 no sábado e 105 no domingo. 


Foto: Jailson Soares/O Dia

Só de agosto para setembro, a quantidade de focos de incêndio no Piauí subiu 263% saindo de 683 ocorrências no mês passado e chegando a 2.467 até esta segunda-feira (28). No acumulado do ano, o Estado já contabiliza 4.256 focos de incêndio e embora o número seja considerado alto, ainda é 32% menor que o contabilizado no mesmo período de 2019, quando o INPE identificou em território piauiense 6.250 focos.

Em média, o Corpo de Bombeiros tem atendido até 15 ocorrências diárias só na região da Grande de Teresina. No interior, a preocupação também existe: em cidades como Parnaíba, Picos e Floriano, os bombeiros são chamados em média de cinco a 10 vezes em um único dia. Na região de Picos, onde no momento há o maior foco de queimada no Estado, por mês a corporação chega a receber até 50 chamados.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

O aumento nas ocorrências se deve não somente à ação humana, mas também às condições climáticas que propiciam um rápido alastramento do fogo e dificultam o trabalho dos bombeiros no seu controle. Umidade baixa, altas temperaturas e ventos fortes são aspectos característicos do B-R-O-Bró, mas também significam maior risco de fogo em praticamente todo o espaço territorial do Piauí.

É isso o que aponta o monitoramento em tempo real do INPE: o Piauí como um todo se encontra em área vermelha, ou seja, em situação de alerta para a ocorrência de queimadas em áreas de vegetação e também de ocorrências de fogo em aglomerados urbanos. De acordo com o coronel Veloso, diretor de Engenharia do Corpo de Bombeiros do Piauí, as equipes chegam a passar até cinco dias trabalhando para conter um único foco de incêndio, dependendo da magnitude que ele alcança.

“O fogo na mata, ele é uma linha que vai se alastrando dependendo das condições da vegetação, das condições do vento, da umidade e da temperatura. Baixa umidade, alta temperatura, mata seca e vento espalham as chamas mais facilmente e a dificuldade maior é em apagar a área que o fogo já tomou e fazer a limpeza e o acero do terreno por onde ele se alastra. À noite, como os ventos diminuem, isso fica um pouco mais fácil, mas durante o dia a situação complica”, explica.


Coronel José Veloso, diretor de Engenharia do Corpo de Bombeiros do Piauí - Foto: Eias Fontinele/O Dia

Em regiões onde há grandes áreas rurais, como no interior do Piauí, e onde as pessoas têm o costume de usar fogo para limpar seus terrenos e roças, a situação é ainda mais preocupante, porque as chances das chamas saírem de controle são maiores. Por isso o Corpo de Bombeiros recomenda que a pessoa não faça a queima se não tiver conhecimento nem certeza se pode controlar o fogo, e que mantenha sempre o acero e a limpeza do terreno, porque isso facilita inclusive um possível combate às chamas.

“Em Monsenhor Hipólito um fator que tem ajudado no trabalho das equipes é a limpeza dos terrenos, que impede ou desacelera o alastramento do fogo”, diz o coronel Veloso. O que os Bombeiros recomendam é que as pessoas evitem tocar fogo em lixo para limpar seus terrenos ao menos nesses meses de julho a dezembro, quando o tempo começa a ficar seco e as temperaturas no Piauí começam a subir. Evita acidentes e destruição do patrimônio ambiental.