O presidente da Associação dos
Produtores de Soja do Piauí (Aprosoja), Alzir Neto, se pronunciou nesta
terça-feira (11) sobre a grilagem de terra o município de Bom Jesus, no Sul do
Piauí. As informações foram repassadas durante entrevista ao Jornal O Dia News,
da TV O DIA (23.1), filiada à RedeTV! no Piauí.
“Esses são grupos criminosos que tem intimidados os produtores. São pessoas também com alto poder econômico que tem conseguido decisões judiciais que a gente não sabe como... Eles recebem grandes porções de terra do dia para a noite. ‘Uma pessoa do nome x, ganha tantos hectares de terras em uma área produtiva. Inexplicavelmente essas coisas tem acontecido e isso tem tirado a paz dos produtores, que quer produzir e ter tranquilidade, mas tem que lidar com esse tipo de pessoa”, disse.
Fotos: Elias Fontenele/ODIA
Ontem, o Grupo de Regularização Fundiária do Ministério Público do Piauí informou que segue investigando a grilagem de terras na região. Um vídeo compartilhado nas redes sociais nessa semana mostra dois veículos em alta velocidade em uma plantação, onde alguns homens estariam ameaçando produtores locais. Alzir conta que as intimidações têm acontecido com frequência.
“Com a regularização do Programa Fundiário do Governo do Estado, isso tem se acelerado. Os casos têm se sucedido em uma velocidade que tem assustado os produtores. Se a gente analisar os últimos seis meses, o Tribunal de Justiça tem soltado decisões a torto e à direta, relacionadas a essas questões fundiárias, que envolvem diretamente os produtores rurais e todos esses criminosos”, completa.
“Não os tememos. Nós só tememos pelas nossas famílias porque lidar com gente criminosa desse nível é muito deliciado. O receio de fato é por causa das nossas famílias que moram nessas propriedades. A gente faz um apelo ao poder público que tome decisões olhando para as pessoas que estão produzindo na terra”, disse.
O presidente denunciou ainda que há pessoas usando documentos obtidos com o poder judiciário para conquistar terras de forma ilegal. “Recentemente, um senhor que dizia ser dono de 11 mil hectares e que produzia 20 cabeças de gado, vendeu para um grupo do Mato Grosso por R$ 200 mil as terras em cima de documentos legítimos do Estado. O tribunal tem sustentado essas decisões. É um absurdo”, relata.
O Grupo de Regularização Fundiária do MP informou ainda que é possível fazer qualquer tipo de denúncia ao órgão ministerial por meio do número de telefone 127 ou através do Ministério Público.