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Reabertura em Teresina: empresários do setor de eventos pedem maior flexibilização

Parados há quase seis meses, o setor de realização e promoção de eventos em Teresina tem sido um dos que mais vem sentindo o impacto da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Sem a possibilidade de funcionar por sistema de delivery nem por home office, os empresários deste segmento vem contabilizando prejuízo e aproveitaram a manhã desta quinta-feira (27) para fazer um ato pedindo um posicionamento do poder público com uma data concreta de retorno das atividades e flexibilização para o setor.

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Reunidos no Centro de Teresina, próximo ao Palácio de Karnak, os empresários pediram que o Governo se sensibilize com a situação e estabeleça um protocolo de retomada das atividades do setor de eventos a exemplo do que foi feito com bares e restaurantes. É o que afirma o empresário Marcos Sampaio. 

Trabalhando há 22 anos com boates, ele disse à reportagem de O Dia que é possível que as casas de show retornem ao funcionamento com 50% de sua capacidade, como tem acontecido com bares, restaurantes e igrejas, e cobrou do Governo o cumprimento do cronograma inicialmente divulgado.


Foto: Mayara Martins/O Dia

“O Governo deu prazo no dia 08 de setembro para o retorno do nosso segmento, mas agora já não garante mais nada. Eu me planejei para poder voltar à ativa nesse período e espero que o Estado cumpra esse retorno no dia 08, acho que é possível fazer isso. Voltar com 50% da capacidade, buscar o distanciamento, fazer a sanitização dos ambientes e exigir álcool e máscara são coisas que nós também podemos fazer. Estamos há seis meses parados sem apoio nenhum e é um setor, esse nosso, que dá prejuízo”, disse o empresário.

Quem compartilha deste pensamento é o garçom José Rodrigues. Atuando na profissão há 15 anos e parado a seis meses, ele disse que ficou desempregado. “Eu vinha recebendo o seguro desemprego, mas ele está vencendo e depois que acabar, não sei como vou ficar”, afirma. Assim como Marcos Sampaio, José diz que é possível a volta do setor de eventos se seguirem todos os protocolos sanitários já previstos pelo poder público.

“Eventos de forma clandestina representam muito mais risco”, diz dono diz profissional

Um dos pontos que o poder público alega para evitar dar uma data exata de retorno do setor de eventos é justamente o comportamento imprevisível do coronavírus e a necessidade de se avaliar mais minuciosamente a curva pandêmica da doença. No entanto, para os empresários deste segmento, manter os estabelecimentos fechados é um dos fatores que contribuem para os riscos de disseminação da covid-19, uma vez que com a proibição do funcionamento, há pessoas realizando eventos clandestinos sem seguir os protocolos estabelecidos nos decretos.


Foto: Mayara Martins/O Dia

É o que pontua o fotógrafo Alexandro Gomes. Atuando no ramo há 20 anos, ele diz que o último evento que participou profissionalmente foi em março e destacou que não quer trabalhar na ilegalidade. “Acho que tem muita gente fazendo evento de forma clandestina e isso representa muito mais risco do que discutir com o setor uma retomada mais segura”, dispara ele, acrescentando que só não teve mais prejuízos durante estes quase seis meses parados, porque conseguiu juntas umas economias quando estava trabalhando. 

Os 15 colaboradores que ele possui em sua equipe, no entanto, tiveram que entrar para o recebimento do auxílio emergencial por conta dos prejuízos contabilizados desde então.

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Prefeitura de Teresina ainda não pode dar data de retorno

Pelo cronograma estadual estabelecido inicialmente, o retorno das atividades de entretenimento, casas de espetáculos e de eventos estava previsto para o dia 08 de setembro. No entanto, essa retomada já não está mais garantida, uma vez que o Governo está reavaliando o comportamento da curva da covid-19 para poder estabelecer quais serão os próximos dados a serem dados rumo à flexibilização gradual e segura dos demais setores da economia.

Aqui em Teresina, a Prefeitura diz que também não tem como dar uma data, uma vez que a medida a ser adotada a nível municipal não pode ser mais branda que a medida estabelecida pelo Governo do Estado. A Anvisa já havia admitido a possibilidade de permitir a realização de eventos no modelo de drive-in (onde as pessoas não saem do carro) a partir do dia 15 de setembro, mas até esta medida segue sem definição por conta da necessidade de avaliação da situação epidemiológica no Estado como um todo.