A Fundação SOS Mata Atlântica encerrou no fim da manhã hoje (08) a rodada de apresentações do projeto Observando os Rios, que incentiva a população a formar grupos voluntários de monitoramento da qualidade da água dos rios de suas cidades. Nesse contato inicial, os participantes conheceram a metodologia, os dados e foram convidados a integrar esse projeto. As apresentações aconteceram também na quinta (05) e sexta-feira (06), na Central de Artesanato Mestre Dezinho e Uninovafapi.
A próxima etapa, prevista para no final de maio, será destinada à capacitação dos voluntários, que receberão kits especiais para realizar o trabalho de coleta e análise mensal da água dos nossos rios.
“Esse projeto é, também, uma forma de educar, de mobilizar, de sensibilizar a população a se voltar para os seus rios, para que tenham a sensação de pertencimento quanto a eles. Eles têm uma história a nos contar e precisamos nos atentar a isso. Estamos vindo a Teresina, com esse projeto, trazendo apenas as ferramentas, porque quem conhece os rios que banham a cidade são as pessoas que moram aqui. Esse percurso de sensibilização é longo, mas é necessário. Temos exemplos de rios que saíram da qualidade de péssimo para bons”, destaca César Pegoraro, educador ambiental da Fundação SOS Mata Atlântica, que ministrou três palestras na capital.
Localmente, a iniciativa conta com o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semam). O secretário executivo da pasta, Leonardo Madeira, considera que esse projeto é forma de mostrar que a gestão de uma cidade não é de responsabilidade apenas dos governantes, mas de todos, da sociedade civil organizada e demais cidadãos. “É um projeto que permite que todos tenham a oportunidade de serem protagonistas nesse processo de observação dos rios. É uma forma também de cobrar providências. Nós, da Semam, nos colocamos à disposição e estamos comprometidos com a causa”, pontua o gestor.
Foto: Arquivo O Dia
Um dos participantes desse ciclo de apresentações do projeto foi Richarle Tuira, que disse ter ficado empolgado com a oportunidade de integrar a iniciativa. “Com certeza eu vou querer participar desse projeto. Estou empolgado e espero muitas as pessoas se conscientizem da importância que é cuidar e observar nossos rios. Se cada um fizer sua parte muita coisa pode mudar”, conta.
O projeto Observando os Rios, que conta com o patrocínio da Ypê, tem como objetivo formar 10 grupos de monitoramento da qualidade da água em cada um dos 17 estados da Mata Atlântica. Atualmente, são 212 grupos de monitoramento que analisam a qualidade da água em 257 pontos, 197 rios, em 80 municípios dos estados de SP, RJ, ES, BA, MG, PB, PE, AL, CE, SC, PR, RN e DF, envolvendo cerca de 3,4 mil pessoas
Foto: Arquivo O Dia
Metodologia de monitoramento da água
A metodologia de monitoramento por percepção da qualidade da água foi especialmente elaborada para a Fundação SOS Mata e que tem como base o Índice de Qualidade da Água (IQA). Para a medição dos parâmetros definidos no IQA, a ONG desenvolveu um kit de análise que é utilizado em campo por voluntários do projeto. No total, são avaliados 16 parâmetros, como temperatura da água, turbidez, odor e peixes.
A totalização dos indicadores medidos resulta na classificação da qualidade da água, em uma escala que varia entre: ótima, boa, regular, ruim e péssima. Esses indicadores apurados são reunidos em um sistema online de dados georreferenciados, que totaliza e disponibiliza o resultado obtido em cada ponto de coleta pelos grupos de monitoramento em tempo real.