O avanço do vírus Influenza A H3N2, chamada de Darwin, tem preocupado autoridades de saúde no Brasil. Até o momento, pelo menos nove estados já registraram alta no número de casos. Com sintomas semelhantes aos da Covid-19, o teste de antígeno é a única forma de diagnosticar corretamente a doença. É o que explica o infectologista Carlos Nery Costa.
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Entre os sintomas que ambos os vírus podem causar no corpo humano estão dor de garganta, febre alta, tosse, dores musculares e congestão nasal. Contudo, o infectologista explica que apenas o coronavírus é capaz de causar perda de olfato e paladar, ainda assim, ele ressalta a importância de buscar um posto de saúde para realizar a testagem.
“A influenza não dá perda de olfato normalmente, nem perda de gustação. Se a pessoa tiver isso, é muito mais provável que ela tenha a infecção pelo coronavírus. Os demais sintomas são idênticos. A única forma de discriminar é fazer o exame pra identificar a presença dos vírus. Não há como o médico chegar e dizer que o paciente está com coronavírus ou o vírus da influenza”, esclarece.
Fotos: Rodrigo Balladares M. /Fotos Públicas
De acordo com o infectologista Nery Costa, a maior circulação desse vírus está associada ao relaxamento das medidas de proteção pessoal como uso de máscara, álcool em gel e as aglomerações. Por isso, o avanço da Influenza A H3N2 preocupa, pois é mais um vírus que precisa de atenção em meio à pandemia de covid, além de escapar da proteção das vacinas contra a gripe já existentes por se tratar de uma nova cepa. A expectativa é de que a vacina contra a nova variante chegue ao Brasil apenas em fevereiro ou março de 2022.
“As vacinas são feitas anualmente para a variante que estiver circulando, porque o vírus da gripe tem esse potencial. Além de ter as mutações, tal qual ocorre com a Covid-19, ela mistura o material genético de uma variante com a outra, então ele tem o potencial de escapar à vacina. Essa que vai ser distribuída no Brasil já incorpora essa H3N2 que está circulando no momento”, afirma o Dr. Nery Costa.
O infectologista chama atenção ainda para o fato de que a gripe não é uma doença banal e, assim como o coronavírus, possui uma população de risco, composta por pessoas idosas e com comorbidades. Por isso, é importante continuar com as medidas de higiene, uso de máscara, evitar aglomerações e, principalmente, tomar as vacinas que estiverem disponíveis.
Efeitos colaterais da vacina são menores do que os malefícios da covid-19
O infectologista Nery Costa salientou ainda a importância de imunizar as crianças contra a covid-19. Segundo ele, os efeitos colaterais da vacina são menores do que os malefícios da doença nos pequenos. Sem a prevenção, a contaminação pelo novo coronavírus pode levar à morte.
“O que a ciência mostra que é muito melhor você ter a sua criança vacinada do que não vacinada. O sofrimento será muito maior se uma criança tiver a doença e vier a falecer do que se vacinar. Os efeitos colaterais ocorrem, toda vacina tem, mas estão longe de concorrer com os malefícios impostos pela doença. A maior parte das mortes das crianças por doenças preveníveis foi causada pelo coronavírus esse ano. O coronavírus mata, mata crianças, e a melhor forma de combater é a vacina”, alertou.