No Piauí, um grupo de médicos, formado por mais de 130 membros, elaborou um protocolo baseado em estudos científicos disponíveis para o uso de cloroquina no combate à Covid-19. Segundo o oncologista Sabas Vieira, membro do grupo liderado pelo Dr. Luiz Ayrton, a medicação vem sendo utilizada em outros estados e países, obtendo bons resultados.
“Ontem [segunda, 14], a Sociedade Brasileira de Cancerologia também se manifestou a favor do protocolo, enviando, inclusive, um documento para o Ministério da Saúde. Nós sabemos que hoje o mais importante é que o remédio seja dado entre 48 e 72 horas, que é o tempo que o vírus está se replicando e a medicação diminui essa replicação. Não adianta dar a medicação na fase avançada. Um dos estudos que está em andamento no Brasil está testando a droga em pacientes com a doença já mais avançada, onde sabemos que, pelas evidências já acumuladas até o momento, a medicação já não é mais efetiva”, comenta.
Uso da cloroquina é indicado na fase inicial da Covid-19, diz médico - Foto: Folhapress
O especialista enfatiza que a médica Marina Bucar, que está há quase dois meses em Madri atendendo pacientes com coronavírus, tem relatado uma mudança drástica no comportamento da evolução do paciente após a introdução deste protocolo.
“Ainda não há evidência científica para o que estamos acostumados a ver na literatura médica, sobre a eficácia desse tratamento na Covid-19. Entretanto, dados de estudos in vitro, tanto em animais como em seres humanos, mostram efetividade nesta droga. Por isso, a mudança na recomendação, onde o paciente deve procurar o serviço de saúde não quando estiver com falta de ar, pois a falta de ar é quando o pulmão já está bastante comprometido e a maioria desses pacientes vão precisar de um leito de Terapia Intensiva (UTI). Inclusive, a ideia dos gestores é de que essa medicação seja disponibilizada nos postos de saúde”, pontua.