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Ação de bandidos nas hortas prejudica agricultores

Hortaliças pisadas, instrumentos de trabalho furtados e tanques quebrados: este é o cenário que os agricultores da Horta Comunitária do Dirceu, na zona Sudeste de Teresina, encontram quase todos os dias. A situação é provocada pela ação de bandidos e os horticultores ficam no prejuízo e alguns já até desistiram de manter as plantações. 
Segundo o horticultor Orlando Monteiro, que trabalha na área há mais de 12 anos, os vândalos invadem o terreno durante a madrugada e até levam o que foi cultivado, geralmente cebolinha e coentro, além de pisotearem as verduras. O horticultor ressalta que, além de furtarem produtos da horta, os bandidos também depositam objetos de assaltos no local, como celulares e carteiras. 

Alguns horticultores estão até deixando o ofício por conta dos prejuízos acumulados (Foto: Jaílson Soares/ O Dia)

 “As pessoas estão desistindo daqui. As hortas tão se acabando devido à ladroagem. O povo se desgostou, trabalha o dia todo, faz o trabalho todo pra plantar. Quando você chega, um ladrão ter levado tudo, quem quer ficar num lugar desse? A gente trabalha de graça”, lamenta. 
Além disso, os vândalos também destroem o arame que circunda as hortas, o que facilita a frequência de assaltos. Para a horticultora Francisca Isidoro, a situação é complicada, mas ela não pensa em desistir porque é de onde tira sua renda. “Eles arrebentam poste por poste e levam tudo. Tem dia que a gente chega 6h30 e está arrancada a ponta do arame. Eles carregam enxada, facão, carregam cheiro verde, derrubam as coisas da gente, assaltam o povo que vai passando”, acrescenta. 
Já a horticultora Maria das Dores sofreu com o mesmo problema de assaltos em outra horta comunitária, localizada na Vila São Raimundo, e por isso mudou seu ofício para a horta do Dirceu, mas no local atualmente, continua sendo vítima. 
Para ela, um vigia na parte da madrugada seria ideal para inibir a ação dos vândalos, mas os horticultores não têm recursos para isso; dessa forma, a horticultora pede mais segurança no bairro. “Não é justo a pessoa morrer de trabalhar aqui dentro pros vândalos vir e recolher, roubar as coisas da gente pra vender. É pra isso que a gente queria providência”, fala. 
PM pede que horticultores registrem boletins de ocorrência 
Segundo a Superintendência de Desenvolvimento Rural (SDR), o órgão faz o registro dos boletins de ocorrências informados pelos horticultores. Em relação ao cercado, a SDR fala que novas cercas foram reinstaladas na Horta Comunitária do Dirceu, no ano passado. 
Já o policiamento é de responsabilidade do 8º Batalhão de Polícia Militar. De acordo com o subcomandante da área, capitão Suedney Sousa, a recomendação é que os horticultores façam as denúncias para que a PM tenha o registro das áreas que precisam de mais atenção, como é o caso da Avenida das Hortas. 
“O ideal é que eles registrem no Distrito e que passem para gente. Quando não se manifesta, dá como se tivesse tudo certo”, fala. 
Suedney Sousa ainda informa que sete viaturas fazem o policiamento na área do batalhão, além do apoio de veículos do Canil e da Cavalaria, que estão localizados na região, somando assim 12 viaturas. O policiamento é reforçado por meio de policiais em motocicletas e, segundo o Capitão Suadney, existe uma viatura desse tipo exclusiva para a região da Avenida das Hortas. Já o policiamento é feito 24 horas, com os policiais realizando dois turnos de 12 horas.