O caso da criança encontrada
em uma cela na Colônia Agrícola Major César voltou a ser
pauta no Plenário da Assembleia
Legislativa. Após discussões
acaloradas, o deputado Robert
Rios (PDT) chegou a pedir o
afastamento imediato do secretário
de Justiça, Daniel Oliveira
(PT). Para o pedetista, o gestor
deve ficar afastado da pasta para
que seja apurada a responsabilidade
sobre o caso. A proposta do
deputado foi aceita pelos deputados
Firmino Paulo (PSDB) e
Juliana Moraes Sousa (PMDB),
mas foi rejeitada por outros 13
deputados. O deputado Dr. Pessoa
se absteve da votação.
Robert Rios lembrou que o caso
foi grave e inusitado. “Já vimos de
tudo nos presídios: celulares, armas,
mas uma criança ser deixada
em uma cela junto com um estuprador
e pedófilo é caso único
no Brasil e de uma gravidade sem
tamanho”, disparou. Segundo ele,
diante da situação, o secretário Daniel
Oliveira estaria sob suspeição
para conduzir qualquer tipo de
investigação para apurar os fatos.
“Às vezes, a pessoa não tem envolvimento,
mas tem culpa. Esse é o
pior momento da história carcerária
do Piauí. Temos casos diários
de assassinatos e espancamentos
nos presídios e esse caso da criança
é um absurdo”, diz.
Mesmo com o requerimento
de afastamento sendo negado na
Assembleia, Robert Rios garantiu
que buscará outras alternativas
que viabilizem a saída de Daniel
da pasta. “Eu vou denunciar
o Governo do Piauí em todas as
entidades de proteção à criança.
Quando você sabe de uma coisa
e não adota medidas, você se torna
cúmplice”, sustentou.
Na Assembleia, o líder do Governo,
deputado João de Deus,
saiu em defesa de Daniel, afirmando
que não houve nenhuma
negligência por parte da Secretaria
de Justiça. Ainda de acordo
com ele, todos os procedimentos
investigatórios para averiguar
o fato foram instaurados, com
sindicâncias e inquéritos administrativos
para apurar se houve
participação de alguém da Secretaria
ou da Penitenciária.
Procurado pela reportagem
do O DIA, o secretário de Justiça,
Daniel Oliveira, disse, por
meio de nota encaminhada pela
assessoria de imprensa, que está
tranquilo em relação ao fato.
"Recebo com sobriedade o pedido
feito por alguns deputados,
mas vou continuar trabalhando
para cumprir com a missão que
me foi dada”, frisou. Daniel está
à frente da Sejus desde o início
da gestão do governador Wellington
Dias e é uma indicação da
deputada Rejane Dias, esposa do
governador e atual secretária de
Educação do Estado