Os gêmeos Alan e Alex, que estão presos na Penitenciária Irmão Guido e são acusados de comandar a quadrilha de especializada em arrombamentos a casas de luxo no litoral, passavam as ordens para os crimes por meio de cartas e através de recados dados a familiares nas visitas que recebiam no presídio. A informação é do coordenador do GRECO, delegado Willame Morais.
Em coletiva na sede da Delegacia Geral, a polícia apresentou o balanço da Operação Tsunami , que cumpriu 31 mandados, sendo 13 de busca e apreensão e 18 de prisão. Ao todo, no dia de hoje, a polícia prendeu três pessoas por explosões de caixas eletrônicos e nove por arrombamentos. Como anteriormente, já havia sido deflagrada uma ação que resultou na prisão de 12 pessoas por estouros a caixas, o total de presos por este tipo de crime é de 15 pessoas. Em uma ação anterior também já haviam sido presos cinco pessoas por arrombamentos no litoral. Com a ação de hoje, o total de presos por este crime é 14. Ao todo, são 29 pessoas presas ligadas a duas quadrilhas de crime organizado.
“A quadrilha era dividida nesses dois grupos, mas os integrantes sempre mantinham contato uns com os outros, eram ações muitas vezes interligadas. Por isso a operação foi deflagrada em conjunto com o GRECO e a Delegacia Regional de Parnaíba, para dar mais eficácia à ação. A investigação do GRECO durou uns três meses, e a da Delegacia de Parnaíba já dura mais de um ano”, explicou o delegado Willame.
Delegado Willame e o delegado geral da Polícia Civil, Riedel Batista, apresentam resultado da operação (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)
Com relação aos gêmeos e líderes da quadrilha, o delegado Willame explica que eles devem ser transferidos para uma unidade prisional com mais segurança e restrição de contato com familiares e outras visitas. "A questão do sistema prisional é de segurança própria. Nós temos um sistema que tem dificuldades para isolar o preso do restante da sociedade. Até por que esses presos têm algumas direitos, como por exemplo visitas, de advogados, familiares, amigos, que a policia não pode impedir."
Segundo o delegado, os gêmeos são bastante conhecidos entre criminosos. “Eles, apesar da pouca idade, já tem um histórico no mundo do crime. São homicidas, assaltantes, o que lhe garantiu um certo renome dentro do presídio. Por isso, para eles ficou mais fácil cooptar outras pessoas para ajuda-los na prática desses crimes”, diz o delegado Willame.
"Eles têm seus códigos próprios, e nesses códigos elencam algumas qualidades para que alguém seja um líder. Um dessas qualidade é um determinado tipo de crime praticado por ele, por exemplo", explica o delegado Willame. "Esses criminosos têm uma rede de amizades, e acabam se comunicando das mais variadas maneiras, através de celular, whatsapp, redes sociais...".