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Motim na Casa de Custódia era planejado desde semana passada

O motim iniciado na noite de ontem (20) e encerrado durante a madrugada, na Casa de Custódia, já era de conhecimento de várias pessoas de fora do presídio na semana passada. Os ânimos teriam ficado mais acirrados entre os presos na sexta-feira (19). Membros do Sinpoljuspi confirmam que havia a informação de que poderia haver uma tentativa de rebelião durante o final de semana. 

Kleiton Holanda, do Sinpoljuspi, disse que já havia uma movimentação dentro da unidade durante a semana. “Na sexta-feira o clima já tinha esquentado. E pelas informações que obtivemos, tanto advogados quando a própria Secretaria [de Justiça] já tinha tomado ciência de que o movimento poderia ser acionado durante o final de semana”, disse Kleiton.

“Na sexta-feira, em que a coisa ficou mais quente, e a secretaria foi avisada e nenhuma providência foi adotada”. Para Kleiton, uma comprovação da falta de providência por parte da Sejus foi o fato de que a munição não-letal utilizada pelos guardas acabou em questão de minutos. “Motim iniciou no pavilhão ‘E’ e se estendeu pelos pavilhões ‘F’ e ‘H’. Por mais que tivesse ficado só no E, se tivesse pelo menos a munição, conseguiria isolar o movimento dos presos”.

Ainda segundo Kleiton, os motivos do motim são variados, como superlotação e a implantação das câmeras. “Estava previsto, na verdade, era uma fuga em massa do pavilhão H”. 

A SEJUS informou por meio de nota que o motim pode ter sido motivado pela instalação de câmeras de segurança na Unidade. A instalação do equipamento aconteceu na última quinta-feira (17). 


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Segundo nota da Secretaria de Justiça, as câmeras instaladas nos quatro pavilhões atingidos pelo motim (E, F, G e H) foram destruídas. Foram pelo menos 30 câmeras danificadas, das 87 que foram instaladas na unidade. Treze detentos ficaram feridos levemente e receberam atendimento médico. Não houve mortes.

O diretor do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi) Jefferson Dias comenta ainda que a polícia recebeu dois alarmes falsos sobre rebeliões que estariam acontecendo nas penitenciárias Major Cesar e Irmão Guido, e que ônibus seriam incendiados na zona Leste de Teresina.

Para Jefferson, os próprios presos podem ter usado telefones para ligar de dentro da Casa de Custódia para a Polícia Militar e criar alarmes falsos de rebelião nas outras unidades, para desviar a atenção.