O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Lindomar Castilho, disse nesta segunda-feira (13) que os três policiais militares que foram detidos por terem agredido um adolescente já foram colocados em liberdade pelo Poder Judiciário, mas permanecerão afastados das ruas enquanto o caso é investigado.
Lindomar também afirmou que a Corregedoria da Polícia Militar agiu prontamente, assim que foi informada sobre o episódio.
O caso ganhou grande repercussão no último fim de semana, quando começou a circular nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens o vídeo em que o adolescente é agredido por dois dos três policiais envolvidos na ocorrência.
"Nós tomamos conhecimento sobre esse fato no fim de semana. Tão logo tomou conhecimento, o corregedor determinou que o plantão fosse até onde estavam os policiais [envolvidos]. Eles estavam na Central de Flagrantes com o menor que havia sido apreendido. E, diante das imagens, bem como do que foi apurado no momento, não houve outra medida que não fosse realizar o flagrante dos policiais. Infelizmente, essa é uma atitude da qual nós temos reclamado com os policiais, mas continua ocorrendo. Então, a Corregedoria tomou as providências, comunicou o flagrante ao juiz plantonista, que homologou o flagrante, mas colocou os policiais em liberdade. E eles estão afastados, aguardando a solução definitiva do caso", afirma Lindomar Castilho.
O coronel Lindomar Castilho, comandante-geral da Polícia Militar do Piauí (Foto: Natanael Souza / O DIA)
Segundo o comandante, parte da sociedade incentiva os policiais militares a agredirem suspeitos de terem cometido crimes, mas sempre quem se prejudica são apenas os PMs, avalia o coronel.
"Nós temos um procedimento operacional padrão. Todo policial, em sua formação nas academias, ele aprende como deve fazer a abordagem, como deve conduzir uma ocorrência. Em qualquer excesso como esse que foi verificado, o policial sabe que está errado e que vai responder. Eu tenho dito muito para os policiais serem inteligentes e não cometerem atos como este, porque vão responder depois. Muitas vezes a população quer [que suspeitos sejam agredidos], e fica instigando os policiais a fazerem aquilo. Depois, todo mundo desaparece e ficam os policiais sozinhos respondendo aquela bronca. Então, eu tenho orientado os policiais para não caírem nessa esparrela. Eu acho que isso é uma cilada e digo que eles devem ter cuidado, devem fazer só o que manda a lei: aborda, dá voz de prisão, imobiliza, se for o caso, e conduz à autoridade. Pronto. Nosso papel é esse", conclui o comandante-geral.