A Polícia Civil do Piauí prendeu, nesta quarta-feira (07), dois homens e duas mulheres suspeitos de participarem de uma organização criminosa que furtava drogas em unidades policiais. A ação faz parte da Operação Efialtes, realizada pela Polícia Civil de Mato Grosso e envolveu outros quatro estados brasileiros — Maranhão, Tocantins, Goiás e Rondônia.
Dentre os presos no Piauí, dois são estudantes. De acordo com o delegado Matheus Zanatta, um dos homens já tinha passagem pela polícia pelo crime de tráfico de drogas e foi preso dentro de uma faculdade em Teresina. O grupo é suspeito de ajudar no furto de drogas que eram apreendidas pela Polícia Civil do Mato Grosso e realizarem a sua distribuição no Nordeste.
Operação Efialtes prendeu policias civis e traficantes envolvidos em esquema de furto de drogas (Foto: Divulgação/Polícia Civil do Piauí)
O crime contava com a participação de policiais civis que tinham acesso às drogas. “Na investigação foi verificado que as drogas que estavam em unidades policiais eram furtadas e substituídas por materiais como isopor. Tivemos a prisão de policiais e traficantes que faziam o transporte das drogas e de pessoas que faziam lavagem de dinheiro com a venda dos entorpecentes”, explica o delegado.
Durante a operação, foram cumpridos 39 mandados de prisão e 59 de busca e apreensão. Cerca de 14 veículos e quatro imóveis foram apreendidos, além do bloqueio de R$ 25 milhões.
Delegado Matheus Zanatta (Foto: Arquivo O DIA)
Segundo informações, a investigação teve início há oito meses quando a Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso foi comunicada que houve violação no lacre de drogas que seriam incineradas no dia 19 de abril deste ano, na cidade de Cáceres. Dentro de algumas embalagens foram encontradas areia, gesso e isopor no lugar das drogas.
Com isso, foi constatado que estava ocorrendo uma ação criminosa, onde as drogas eram furtadas e substituídas. Três grupos envolvidos no esquema foram identificados:
- Policiais e auxiliares para furto e substituição da drogas apreendidas;
- Traficantes que compravam e transportavam as drogas;
- Pessoas e empresas que faziam lavagem de dinheiro com a venda.
A investigação também chegou a "rota" das drogas, que eram enviadas para Uberlândia (MG), Maranhão e Piauí, sendo utilizadas em Tocantins e Mato Grosso para lavagem de dinheiro.