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PMs acusados de subtrair dinheiro roubado do BNB ganham liberdade

Os dois policiais militares supostamente envolvidos no desvio de R$ 304 mil roubados em um assalto ao Banco do Nordeste foram liberados pela Justiça nesta terça-feira (17). Para o Ministério Público, a liberação não implica na inocência dos policiais militares, mas no fato de que não há razões para a manutenção da prisão preventiva. A decisão foi tomada ao final da audiência de instrução dos envolvidos no Quartel Central Geral da Polícia Militar.

Em entrevista ao O DIA, o promotor Assuero Stevenson esclareceu que a prisão preventiva dos acusados foi feita pela conveniência da instrução criminal, para evitar que os acusados tentassem coagir as testemunhas. “Eles poderiam colocar em risco as testemunhas, com ameaças. Como ontem foram ouvidas todas as testemunhas, restando apenas uma da defesa, não tinha motivo para a prisão preventiva continuar”, explicou.

Segundo o promotor, durante a audiência a audiência de instrução, a defesa dos policiais militares não soube informar o paradeiro do dinheiro. Para o promotor, não resta dúvidas quanto a participação dos PMS no crime de peculato. “Eles entraram e prenderam o assaltante, o dinheiro estava dentro de uma lixeira, não havia necessidade de pegar esse dinheiro e tirar de dentro da agência”, destaca o promotor.

Um vídeo divulgado na época do crime mostra os policiais saindo da agência do Banco do Nordeste com o dinheiro roubado durante a ação criminosa. Segundo a denúncia do MP, a PM teria recuperado R$ 712 mil no assalto. No entanto, durante a transferência do dinheiro ao 5º Batalhão da Polícia Militar, R$ 304 mil foram subtraídos. O restante do dinheiro, R$ 408 mil, chegou até a sede do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), para ser periciado e anexado aos autos da investigação como prova do crime.

O cabo Vanderlei Rodrigues da Silva e o cabo Erasmo Morais Furtado deverão ser ouvidos em uma audiência a ser realizada no dia 28 de maio deste ano. Até o julgamento, os acusados devem permanecer em liberdade.

Contraponto

A defesa dos policiais militares supostamente envolvidos no crime não foi encontrada para comentar o caso. O DIA reitera que o espaço está aberto para quaisquer esclarecimentos.

Entenda o crime

Dois policiais militares lotados no 5º Batalhão são acusados de terem desviado e subtraído R$ 304 mil do dinheiro recuperado do roubo ao Banco do Nordeste em Teresina. O fato aconteceu em 19 de dezembro do ano passado, quando bandidos atacaram a agência da Avenida João XXII, mas a ação acabou sendo frustrada pela polícia.

Segundo o inquérito aberto pela Polícia Civil, os PMs que transportavam o dinheiro – o cabo Vanderlei Rodrigues da Silva e o cabo Erasmo Morais Furtado – teriam alongado o percurso e parado na sede do 5º BPM antes de se dirigirem ao Greco. No batalhão, eles teriam retirado uma parte do montante apreendido.

A investigação, feita pela Polícia Civil em conjunto com a Corregedoria da PM, apontou ainda que os militares teriam descumprido uma série de procedimentos, que devem ser obrigatoriamente adotados na condução das diligências. Além de manusear de forma equivocada o dinheiro recuperado e de desviar o caminho enquanto transportavam material apreendido em uma cena de crime, os policiais ainda teriam ordenado que o preso na ação fosse levado em outra viatura, para poderem mudar o itinerário sem levantar suspeitas.