Cinco presos tiveram uma fuga abortada durante a noite de ontem (28), na penitenciária de Esperantina. Detentos da cela 1 do pavilhão D da unidade usaram pequenas serras para cortar as grades da cela onde ficavam, as celas que dão acesso ao corredor e foram pegos quando serravam uma última grade de ventilação, que daria acesso a área externa do presídio.
Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores da Secretaria de Justiça do Piauí (Sinpoljuspi), José Roberto Pereira, chovia forte durante a noite de ontem em Esperantina. "Mesmo sob chuva, um agente e um policial militar que trabalha na unidade resolveram fazer uma ronda, e detectaram uma movimentação estranha ainda no corredor de saída dos pavilhões", disse José Roberto.
O grupo de cinco presos flagrado na ação já havia serrado a grade da cela e do corredor, e cortavam a grade de uma janela de ventilação. Eles são de Teresina e estavam presos em Parnaíba antes de serem transferidos para Esperantina. Trata-se de Alexandro Pereira dos Santos, Edmilson Murici Lacerda Filho, Evandro Pinheiro de França, Marcelo Dias Alencar e Neudson Renato Batista Medeiros, que inclusive eram para retornar para Parnaíba na próxima semana.
Gansos usados como vigilantes passeiam ao lado do muro externo da penitenciária de Esperantina (Foto: Divulgação/ Sinpoljuspi)
"Se eles conseguissem cortar, o único obstáculo que haveria entre eles e o muro seriam três gansos", relata José Roberto. Segundo ele, gansos e cachorros foram comprados pelos agentes penitenciários que trabalham na unidade, usando dinheiro do próprio bolso. Eles alimentam e cuidam dos animais e os usam como forma de alertar tentativas de fuga.
Cães e gansos foram comprados com dinheiro dos agentes penitenciários (Foto: Divulgação/ Sinpoljuspi)
"Eu digo que era o último obstáculo por quê, depois dos gansos, há um muro baixo, com cercas elétricas que estão desativadas há mais de três anos. E no muro há seis guaritas. O presídio foi construído em 2002, e nunca essas guaritas foram ocupadas. Estão lá, destelhadas e se acabando", revela o presidente do Sinpoljuspi.
As serras usadas pelos presos, de acordo com José Roberto, são arremessadas por parentes ou pessoas contratadas pelos presos. "Encontramos diariamente celulares, drogas e serras dentro das unidades", disse. A Penitenciária de Esperantina foi construída com 157 vagas, mas acumula mais de 400 presos. Há apenas cinco agentes penitenciários em cada plantão, e o reforço da Polícia Militar para vigiar a área externa da unidade.
Segundo José Roberto, guaritas nunca foram ocupadas: "Estão se acabando" (Foto: Divulgação/ Sinpoljuspi)