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Secretaria de Segurança cria app para denúncias de violência contra mulher

O Salve Maria é o novo aplicativo criado pela Polícia Civil e Secretaria de Segurança do Piauí. O programa já está disponível para download para smartphones Android, e em breve para IOS. O Salve Maria traz um “botão do pânico”, que envia um pedido de socorro automaticamente para a polícia, e um de denúncias, que pode receber fotos, áudios, vídeos, e outros tipos de arquivo.

Ao todo, o aplicativo Salve Maria exerce três funções: a que chama mais atenção é o botão do pânico. “Na hora que a pessoa aperta, silenciosamente chega um aviso no COPOM (Centro de Operações da Polícia Militar, na Delegacia da Mulher, na delegacia regional (no caso de cidades do interior), no Batalhão da Polícia Militar”, explica a delegada Eugênia Villa, diretora de gestão internada da Secretaria de Segurança. Junto com o pedido de socorro, os policias recebem um mapa com a localização exata, e permite à polícia enviar a viatura mais próxima ao local da ocorrência.

Aplicativo já pode ser baixado pela loja de aplicativos do Android (Foto: O Dia)

A segunda função é a de denúncia. O botão abre um formulário de perguntas a serem preenchidas por alguém que esteja presenciando um caso de violência contra a mulher. A delegada afirma que o aplicativo garante o sigilo dos dados do denunciante. Através do formulário, poderão ser enviadas fotos, vídeos, áudios ou documentos que fundamentem a denúncia. A delegada destaca que é uma forma de, por exemplo, um vizinho denunciar uma situação de violência doméstica sem que nem a vítima nem o acusado saibam.

Por último, o aplicativo tem um botão informativo, com orientações sobre os vários tipos de violência contra a mulher. “A violência muitas vezes é invisível, como no caso da violência psicológica. A intenção é orientar a população sobre os vários tipos de agressão.

Segundo a delegada Eugênia Villa, a ideia para a produção do aplicativo veio da análise dos inquéritos sobre feminicídio. “Dessas 50 mulheres que foram assassinadas entre 9 de março 2015 (data do início da vigência da lei de feminicídio) até 30 de agosto de 2016, no Piauí, nenhuma delas havia ido à delegacia. São mulheres que foram mortas em silêncio. Soubemos apenas através dos vizinhos, que atestavam a rotina de violência. Isso foi algo que nos chocou, por que como a gente ia conseguir romper esse silêncio, entrar nessas casas para prevenir as mortes?”, argumenta a delegada.

A estratégia de criar uma ferramenta em smartphones veio de outras experiências com aplicativos feitas pela Polícia Civil do Piauí. “Quando tem sigilo dos dados, pessoas se encorajam”, comenta Eugênia Villa, acrescentando que muitas denúncias de violência conta a mulher foram repassadas à polícia através do aplicativo DEPRE, feito para receber denúncias sobre tráfico de drogas. 

O nome veio do fato de que a maior parte destas 50 mulheres assassinadas no Piauí têm o nome de Maria. O aplicativo é pioneiro no Brasil em matéria de segurança pública. “Esse nosso trabalho irá desvelar a superfície sobre esse tipo de crime. Vamos conseguir entrar nas casas das pessoas. Agora o que iremos descobrir depois, só o tempo dirá”.