Um dos sentidos mais importantes do corpo humano, a visão, ainda é negligenciada por muitos brasileiros. É o que revela a pesquisa recente divulgada pelo Ibope. Cerca de 34% dos brasileiros nunca foram ao oftalmologista, o percentual representa um terço da população do país.
Entre pessoas das classes D e E esse número é ainda maior. Cerca de 44% das pessoas de famílias que ganham em média até R$700 por mês nunca foram ao oftalmologista.
O Ibope ainda revelou que as visitas a esse profissional só acontecem quando existe uma necessidade de avaliar o uso de óculos ou em casos de incômodo na visão, dado que representa cerca de 74% dos entrevistados. Mesmo conscientes de que sofrem alguma doença ocular (28% dos entrevistados), e conhecendo alguém com problemas na visão (61% dos entrevistados), as visitas regulares ao oftalmologista ainda não são uma prática comum na vida dos brasileiros.
Para a oftalmologista Carolina Maia as consultas periódicas com um especialista ajudam a prevenir e tratar precocemente doenças graves que podem até levar a cegueira. “Existem doenças que são facilmente tratáveis. Porém, há problemas mais graves que podem levar à cegueira. No caso da catarata esse diagnóstico é reversível com cirurgia. Já no caso do glaucoma, se diagnosticada tardiamente pode levar a cegueira permanente. Essa doença atinge mais de 2 milhões de pessoas no Brasil, segundo o Ministério da Saúde ”, explicou.
Dra. Carolina Maia acrescenta que muitos distúrbios podem ser corrigidos com medidas simples, como o uso de óculos, porém os casos mais graves exigem tratamento contínuo e acompanhamento médico frequente. “O glaucoma, por ser uma doença incurável, a forma mais efetiva de cuidar é por meio do tratamento, que somente é prescrito e acompanhado regularmente por um especialista”, diz.
Em todos os casos, somente um oftalmologista pode prescrever o tratamento correto. Por isso é importante ter um acompanhamento desde a infância até a vida adulta. De acordo com Dra. Carolina Maia a periodicidade deve ser de pelo menos uma vez ao ano. “No caso de pacientes com problemas oculares é necessário acompanhamento regular, mas somente o profissional deve orientar de acordo com cada caso, qual deve ser a frequência desse paciente”, pontua.
A pesquisa do Ibope foi encomendada pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia e pela Alcon, uma empresa voltada para a saúde da visão. Ao todo foram entrevistados 2 002 homens e mulheres com idade a partir de 16 anos.