“A maior inimiga da corrupção é a transparência”, defende Lucas M.A.C ao falar sobre um novo site criado por hackers de Teresina. O Peba – Indexador de Dados Públicos, foi lançado recentemente e tem como objetivo monitorar os gastos públicos.
Segundo Lucas M.A.C, o grupo de hackers não está vazando informações, mas apenas facilitando o acesso. “Os dados estão sendo baixados do site da Câmara dos Deputados, basicamente de dois links: um deles é destinado exclusivamente para desenvolvedores e o outro encontramos ‘cavando’ o site”, disse Lucas.
O objetivo do grupo é justamente facilitar o acesso a dados que geralmente estão disponíveis nos portais de transparência dos órgãos públicos, mas de forma ininteligível. “Já estamos investigando os dados da ALEPI e, a nível municipal, os da prefeitura de Teresina. O problema é que esbarramos em várias barreiras burocráticas, mas pretendemos ultrapassá-las e trazer uma verdadeira transparência”, garante Lucas.
A ideia dos hackers é que o Peba seja um "Beta Eterno", ou seja, com atualizações constantes e com novas bases de dados públicos para consultas simples, diretas e limpas.
Por enquanto, o sistema ainda está na sua primeira versão e exibe apenas os gastos de deputados federais com a cota parlamentar. Os dados, entretanto, foram questionados pelo deputado Rodrigo Martins (PSB). “Lá constam gastos de janeiro, mas eu só fui empossado no dia 1º de fevereiro. Além disso, ainda não pedi ressarcimento sequer das passagens aéreas que utilizei”, disse Martins.
Outros deputados que também só tomaram posse em fevereiro possuem registros de gastos com passagens, hospedagem, alimentação, entre outros, feitos desde o início de janeiro. No site da Câmara dos Deputados, na seção de fácil acesso para os internautas, alguns dados ainda não foram atualizados.
Lucas M.A.C alega que o Peba está apenas retirando as informações diretamente da base do site da Câmara dos Deputados, que teoricamente é para constar somente informações verdadeiras. “Se houver algum erro, infelizmente foi culpa de quem alimentou”, justifica o hacker.
Segundo ele, todas as informações disponíveis no Peba estão no site da Câmara, mas escondidas e humanamente ilegíveis. O que os hackers fizeram, portanto, teria sido uma espécie de ‘tratamento’ dos dados para que eles pudessem ser entendidos por todos.