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Apesar de mais cara, gasolina é mais vantajosa que etanol em Teresina; veja cálculos

Com os reajustes recorrentes no preço da gasolina, o litro do combustível já é comercializado a R$ 7,39 em Teresina, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Diante da inflação do produto, vale mais à pena para os proprietários de carro flex abastecerem com gasolina ou etanol? A reportagem de O DIA procurou um especialista, fez os cálculos e chegou à conclusão que a gasolina é mais vantajosa diante do etanol.

O preço do litro do álcool é mais atrativo (R$ 5,23), o que pode ser tentador na hora que o motorista chega ao posto. Por outro lado, esse combustível é consumido mais rápido pelo veículo, além de evaporar mais rápido também diante das altas temperaturas da Capital.

O professor e engenheiro químico Marco Antônio Carlos da Silva explica que existem formas para calcular e descobrir qual dos combustíveis é economicamente mais vantajoso.

Foto: Alves Moura/ArquivoODIA 

A conta é simples: multiplique o valor do litro da gasolina por 0,7. Se o resultado for menor que o preço do álcool, é economicamente mais viável optar pela gasolina. Outra forma de calcular, sem perder a mesma lógica, é pegar o preço médio dos dois combustíveis e dividir pela quantidade de quilômetros que o veículo faz com um litro.

Em Teresina, se levar em consideração o preço médio de cada combustível, sai mais barato optar pela gasolina apesar dos sucessivos aumentos. Fazendo o cálculo descrito acima (R$ 7,39 x 0,7), o resultado é R$ 5,17, valor abaixo do preço do etanol.

Em relação ao cálculo divido pela quilometragem do veículo, o condutor precisa ficar atento diretamente ao consumo diário do seu modelo. O especialista explica que nesse tipo de conta sempre haverá uma questão técnica e monetária.


“Os carros, por serem flex, não têm uma eficiência de quilometragem total de cada combustível, essa é a primeira coisa a ser considerada. O cilindro do motor do carro é feito para o combustível que ele vai usar. Se você está usando dois, então ele não é bom nem para um nem para outro. Ele vai usar o meio termo – ele precisa ser razoável para os dois. É por isso que existe essa diferença. Se um carro fosse totalmente movido à gasolina, ele faria até mais quilômetros do que um carro flex e, assim, vice-versa. Isso explica o motivo do álcool fazer uma quilometragem menor”, disse.


O profissional enfatiza ainda que só será vantajoso quando o preço do álcool for abaixo de 70% do preço da gasolina. “É uma conta simples, mas que todo mundo deve fazer e se habituar a fazer. O consumidor precisa primeiro saber quanto custa a gasolina e o álcool e, principalmente, quanto o seu carro faz com a gasolina e com o álcool. Só será vantagem quando o preço do álcool for abaixo de 70% do preço da gasolina”, disse.

O cálculo também pode variar dependendo do preço estabelecido por cada posto. “Essa conta vai variar muito porque depende do valor de cada posto, mas o consumidor tem que saber na ponta do lápis o quanto seu carro faz em cada combustível, porque cada um tem um desempenho diferente em cada combustível. O consumidor precisa conhecer o seu carro”, finaliza.