A Câmara Municipal de Teresina aprovou, por unanimidade, na manhã desta quarta (25) o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito do Transporte Público da capital. O documento recomenda a suspensão da licitação junto aos empresários do setor e a responsabilização criminal de ex-gestores e proprietários de empresas de transporte. O documento foi entregue ao prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, no Palácio da Cidade para que o executivo decida se acata ou não o relatório.
(Foto: Tarcio Cruz/ODIA)
O presidente da Câmara, Jeová Alencar (MDB), falou em um marco na história do legislativo. Para ele, a aprovação do relatório mostra como a Câmara Municipal de Teresina é independente e está comprometida com os problemas da cidade.
Presidente da Câmara Jeová Alencar (Foto: Arquivo ODIA)
“Esse problema do transporte se arrasta há 30 anos e a gente espera de verdade que o contrato seja rompido. Não acreditamos que a maioria dessas empresas tenha condições de fazer investimentos nos transportes. O usuário paga uma das passagens mais caras do Brasil, para um dos piores sistemas. É preciso ter uma harmonia entre os poderes legislativo e executivo”, afirma.
O vereador Dudu (PT) também comemorou a aprovação do relatório, afirmando que agora o povo teresinense e a prefeitura têm nas mãos um instrumento para resolver o problema de Teresina.
Vereador Dudu (Foto: Arquivo ODIA)
“O sentimento é de que nós fizemos nosso papel. Chegamos a conclusão de que houve descumprimento da licitação e que o caminho em relação ao executivo é a rescisão deste contrato e abertura de uma nova licitação”, comentou.
“O relatório não trouxe solução para o problema!”, diz DCE
O Movimento Estudantil teresinense também se fez presente na Câmara para acompanhar o processo e aprovação do relatório, todavia a casa não recebeu os estudantes e trabalhadores. Maria Antônia, representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), afirma que os movimentos estudantis sempre estiveram presentes nas lutas pelo transporte público, mesmo nas gestões anteriores.
“Esse controle que o SETUT, que é uma empresa privada, tem sobre o transporte que deveria ser público mas que não é, é uma pauta que a gente já vem reivindicando há muito tempo”, afirma Maria Antônia.
Para o DCE, o relatório não apresentou uma conclusão concreta do problema de transporte público de Teresina. “Na verdade, não foi dada nenhuma solução concreta sobre o que será feito a respeito disso. A gente não conseguiu ver uma devolutiva. A CPI aconteceu, tem o relatório, mas cadê a solução concreta para o problema?”, questiona.
(Foto: Tarcio Cruz/ODIA)
A representante do DCE comenta ainda que esse caos gera um grande dano aos trabalhadores, pois estes estão gastando cerca de 30% do salário mensal para se locomover diariamente.
Além disso, Maria Antônia também pontua a respeito das volta às aulas, onde muitos estudantes irão retornar sem ter acesso ao transporte e nem à vacina, visto que a juventude só começou a ser vacinada recentemente.
“Não foram dadas soluções concretas para os estudantes que vão voltar às aulas. Agora que foi iniciado o processo de vacinação de uma parte da juventude, mas obviamente nem todo mundo está tendo acesso. Ainda tem a questão do transporte público, que está esse caos e não conseguimos acessar. Na verdade, é uma coisa muito desrespeitosa com a vida desses estudantes e seus familiares, pois nos coloca a mercê do vírus”, finaliza.