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Com salários atrasados, motoristas e cobradores recorrem ao TRT para evitar greve

Os motoristas e cobradores de ônibus de Teresina seguem com o pagamento de seus salários atrasado. A categoria esperava receber na última sexta-feira (20) o valor referente ao último acordo firmado com os empresários no mês de abril, mas até esta segunda-feira (23) esse pagamento ainda não foi feito. A categoria informou nesta manhã que vai acionar o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para tratar da questão e não afasta a possibilidade de greve geral caso esse pagamento não seja feito até o final do dia.


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“Os empresários disseram que não pagaram porque a Prefeitura de Teresina não tinha repassado o subsídio que ficou acordado. Mas a Prefeitura pagou na sexta-feira à tarde, só que até agora nós não recebemos nossos salários e queremos saber o motivo. Marcamos uma reunião com o presidente do Setut no sábado, mas esse encontro não aconteceu. Então agora vamos para uma reunião no TRT para ver se conversando com algum desembargador essa situação se resolve sem a gente precisar parar”, explica Antônio Cardoso, presidente do Sintetro.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Os motoristas e cobradores de ônibus reiteram que não querem deflagrar greve porque sabem que se o setor parar, a cidade inteira acaba sendo afetada. O que eles cobram é o cumprimento do que ficou acordado em abril com os empresários, e a Prefeitura de recebimento do piso da categoria com o pagamento de benefícios, como tíquete alimentação e plano de saúde.

O valor que deveria ter sido pago na semana passada, dizem os trabalhadores, não inclui nenhum benefício extra. Estes ficaram de ser pagos só a partir de junho.

“É um absurdo que a gente tenha que ir atrás de resolver tudo quando aparentemente já estava resolvido. Pelo visto não foi resolvido nada. Só duas empresas até agora honraram com o compromisso e pagaram seus trabalhadores e nós queremos deixar claro que não vamos trabalhar sem receber. Isso é escravidão, não lei trabalhista”, finaliza Cardoso.

O outro lado

A dificuldade em regularizar o pagamento dos motoristas e cobradores de ônibus da capital está relacionada à inconstância dos repasses do poder público para as empresas referentes aos subsídios das meia-passagens e gratuidades cobradas na catraca. É isso o que afirma o Setut (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina). Segundo os cálculos da entidade, a PMT deve às empresas algo em torno de R$ 73 milhões referentes aos últimos dois anos de operação.