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Dr. Pessoa sobre transporte público: "˜não dá pra resolver da noite pro dia"™

O prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (MDB) fez um balanço dos 100 dias de sua gestão à frente da capital piauiense e um dos pontos por ele mencionados diz respeito ao transporte público. Quando da campanha eleitoral, Dr. Pessoa havia prometido resolver a questão do transporte coletivo de Teresina nos primeiros 100 dias de governo. Hoje, o prefeito mudou o discurso e disse que não tem como resolver da noite para o dia um problema crônico.

“São 34 anos comandados por um segmento político. De um dia para o outro não pode ter mudança numa coisa crônica. Eu costumo fazer uma analogia com a medicina: quando a coisa é logo, de imediato, não tem complicação nem ramificação, não tem metástase. É fácil extirpar a doença. Uma coisa que é crônica, é mais difícil”, disse Dr. Pessoa.

O prefeito voltou a mencionar a proposta de municipalização do transporte coletivo de Teresina. De acordo com ele, está sendo feito um estudo de viabilidade do projeto e até o meio do ano, a capital poderá ter um transporte municipalizado. Dr. Pessoa, no entanto, não deu detalhes sobre como isso será feito.


Foto: O Dia

O Major Claudio Pessoa, Superintendente da Strans destaca que no período de pandemia a frota de transporte coletivo de Teresina, foi reduzida após estudos técnicos de demanda, realizado entre a Strans e Setut, com o objetivo de realizar um equilíbrio econômico/ financeiro e contenção da disseminação da Covid-19.

"Para Dr. Pessoa o usuário do sistema de transporte público é que tem que ser o principal beneficiário dessa modalidade de municipalização, pensando nisso o mesmo determinou que fosse realizadas melhorias necessárias, tanto no aspeto operacional quanto no aspecto técnico e tarifário do sistema interno. Por isso, estamos implementando o transporte seletivo com vista a melhorar o serviço", explica Major Claudio Pessoa.

Sistema de transporte em crise

Desde o início da pandemia, há pouso mais de um ano, o sistema de transporte coletivo de Teresina vem enfrentando uma crise sem precedentes. A baixa demanda aliada aos altos custos da operação causam o desequilíbrio das finanças, é o que diz o Setut (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina). A entidade afirma também que há débitos da Prefeitura com as empresas no repasse dos subsídios das passagens de ônibus.

Enquanto seguem os impasses entre o poder público e os empresários, a população é que vem sendo castigada. Os motoristas e cobradores do transporte coletivo de Teresina já deflagraram duas greves gerais reivindicando reajustes salariais, o pagamento de benefícios como plano de saúde e tíquete alimentação, e a convocação dos profissionais afastados durante o período crítico da pandemia em 2020.

A frota de ônibus na capital segue reduzida e em alguns bairros, falta inclusive carros rodando. É o caso do Ininga, na zona Leste, próximo ao campus da UFPI. O estudante de enfermagem, João José Filho, que precisa se deslocar de casa para o estágio, reclama da dificuldade de ir e vir todos os dias. “Parece que não tem é ônibus no horário que eu saio. Eu passo quase uma hora na parada e nunca vem. Já desistir de esperar e pego mesmo carro de aplicativo. Sai mais caro, mas ao menos eu tenho certeza que vou chegar onde quero”, diz o rapaz.