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Sem acordo, motoristas e cobradores ameaçam greve: "œhá 99% de chance", diz Sintetro

Pelo segundo dia consecutivo, os motoristas e cobradores do transporte público de Teresina paralisam as atividades. Nesta sexta-feira (22), trabalhadores se reúnem nas praças do Fripisa, João Luís Ferreira e Saraiva. Paulo Rusemberg, secretário de finanças do Sintetro, enfatiza que as paralisações ocorrerão até que seja feita a assinatura da convenção coletiva. Caso não seja firmado acordo, há possibilidade de greve.

(Foto: Isabela Lopes/ODIA)

“Há 99,9% de deflagrar uma greve por tempo indeterminado. O objetivo hoje é a assinatura da nossa convenção coletiva, porque assegura o direito dos trabalhadores. Estamos trabalhando das 4h às 22h, direto e por diária. Isso não existe e está acarretando problemas de saúde para a classe trabalhadora. A convenção assegura quanto ele receberá por dia, por mês, garante os ticket alimentação e plano de saúde. Sem essa convenção ser assinada, não temos como parar o movimento”, enfatiza.

Ainda este final de semana, o Sintetro irá convocar os trabalhadores para uma assembleia a fim de definir os próximos passos do movimento e se irão deflagrar greve nos próximos dias. "Na próxima semana, com certeza, temos essa posição, mas esse movimento vai continuar", disse.

Paulo Rusemberg, secretário de finanças do Sintetro (Fotos: Maria Clara Estrêla/ODIA)

Enquanto o Setut alega que a assinatura do acordo só pode ser feita em janeiro de 2022 (data base), a Prefeitura de Teresina informa que já trabalha com um “Plano B”, caso as classe de trabalhadores e patronal não encerre o impasse. 

“A Prefeitura está sentando com os empresários e deixando os trabalhadores em última opção. Os gestores deveriam sentar com os trabalhadores. O prefeito Dr. Pessoa, deveria chamar os empresários pedindo para assinar a convenção coletiva, suspendendo o repasse se não fosse cumprido. Se não, muda o empresário. Tem muita gente querendo vir operar um sistema em Teresina. Se o Robert Rios está batendo nisso, deveria colocar outra empresa para operar, acabando esse monopólio”, acrescenta.

A estudante Camille Souza (18) estudo no Premen Sul e reside no bairro Vamos Ver o Sol, zona Sul de Teresina. Ela comenta sobre a demora na espera do transporte coletivo e na dificuldade agora com a volta às aulas. Ela estuda no turno da tarde e a aula encerram por volta das 17h30, mas devido à falta de ônibus, costuma chegar em casa por volta das 20h.

"Ônibus para o meu bairro é muito difícil. Ou ele saia muito cedo, ou passava muito tarde e eu chegava atrasada. Para ir à escola, ou eu decoro os horários que os ônibus estão passando para chegar bem mais cedo, ou chego atrasada e tento explicar para os professores que os ônibus passaram mais tarde", disse a estudante

Queda na renda

Atualmente, os trabalhadores estão com salários atrasados, sem receber os benefícios de direito e sendo pagos em esquema de diárias. Com piso de aproximadamente R$2 mil, hoje, muitos trabalhadores estão recebendo somente R$600 por mês. Para tentar se manter, alguns têm que trabalhar em outros turnos, como motoristas de aplicativo e até entregador de delivery