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Em Teresina, mototaxista perde movimento do corpo após acidente e família pede doações

A vida de Francisco Reis da Silva (56) mudou completamente no domingo, 31 de julho de 2022. O mototaxista retornava para sua casa, localizada no bairro São João, zona Leste de Teresina, quando sofreu um acidente de trânsito e perdeu parte do movimento do corpo. Desde então, ele tem contato com a ajuda de familiares e amigos para se manter e custear despesas médicas, que inclui medicamentos e curativos.

A filha do mototaxista, a recepcionista Maria Crislaiane de Almeida Silva, explica como tem sido a rotina da família desde o dia do acidente, especialmente a dificuldade em conseguir agendar as fisioterapias necessárias para a melhora do quadro clínico de Francisco Reis. A jovem conta que o acidente foi causado por outro motociclista, que fugiu do local sem prestar socorro.

Francisco Reis perdeu os movimentos da cintura para baixo e dos braços (Foto: Arquivo pessoal)

Francisco Reis foi atendido por uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e encaminhado ao HUT (Hospital de Urgência de Teresina). “No HUT ele não conseguiu fazer em determinado exame e ficou aguardando para fazer fora do hospital, mas só conseguiram realizar na quarta-feira, três dias depois. Ele ficou esperando uma vaga no HU (Hospital Universitário), caso precisasse de uma cirurgia, e lá ficou internado por quase 30 dias. Após a realização de um exame, observou-se que não houve fratura, mas a medula foi lesionada, e como não teve fratura, ele foi liberado”, conta Maria Crislaiane.

Porém, durante todo esse tempo, Francisco se queixava de dores e havia perdido os movimentos das pernas e dos braços. Isso ocorreu devido à lesão na medula e ao sangramento interno. Segundo a filha do mototaxista, a perda dos movimentos poderia ter sido identificada e tratada se no primeiro atendimento tivesse sido realizado um exame mais detalhado na vítima, e não somente três dias após o acidente. “Poderiam ter retirado esse sangue ou feito outra manobra que pudesse ter amenizado as lesões”, diz.

Crislaiane conta ainda que o médico informou que não seria viável realizar a cirurgia depois de tanto tempo porque o organismo de Francisco já estava absorvendo o sangue coagulado e que era necessário aguardar esse processo naturalmente. O paciente recebeu alta do HU no dia 24 de setembro e foi orientado a fazer sessões de fisioterapia. Infelizmente, a família tem encontrado dificuldades em agendar uma consulta com o especialista.

Até o momento, Francisco não conseguiu agendas as sessões de fisioterapia para prosseguir com o tratamento (Foto: Arquivo pessoal)

“As sessões ainda não foram liberadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Era para ser 20 iniciais, mas não foi liberada nenhuma. Durante a internação do meu pai no HU, os fisioterapeutas me ensinaram algumas manobras para que eu fosse fazendo enquanto as sessões não eram liberadas. Uma tia minha que mora no Pará chegou a pagar cinco sessões, mas acabou e não temos mais como pagar. O médico não deu um prazo de quando ele pode apresentar melhora. Pode ser breve, mas pode ser que ele nunca volte a andar, e sem a fisioterapia a gente nem sabe o que vai acontecer”, desabafa a recepcionista.

Sem conseguir se movimentar, Francisco está completamente dependente da ajuda de familiares para fazer as tarefas mais simples, como beber água, escovar os dentes, usar o banheiro, tomar banho e se alimentar. Primos, irmãos e outros parentes têm revezado esses cuidados, inclusive na troca dos curativos, mas, segundo Crislaiane, o quadro de saúde do seu pai poderia ter evoluído se ele já estivesse realizando a fisioterapia.

“Meu pai está com um ferimento na lombar e precisa de cuidados diários. Porém, os curativos deveriam ser trocados pela UBS do bairro, mas eles não estão dando assistência. O pai está usando sonda urinária e a troca teria que ser feita pela UBS do São João, só que quando fomos lá, eles disseram que não era com eles e negaram atendimento. Orientaram a procurar outros hospitais. Fomos ao Hospital do Dirceu e ao HU e lá fomos informados de que realmente é na UBS do bairro, inclusive que o material deveria ser fornecido pela UBS, mas não estão fornecendo, e que a troca tem que ser feita na residência do paciente”, complementou a jovem.

Família precisa de doação 

Como não tinha um emprego fixo, Francisco Reis está sem trabalho e, consequentemente, sem renda. Agora, totalmente dependente de terceiros, ele passou a morar com a irmã, que também conta com a ajuda de outros familiares.

"Ele está se mantendo com ajuda de familiares e amigos. Estamos precisando de tudo, mas a principal necessidade é dos medicamentos, fraldas e gases, que vem tudo por doação e por meio de rifas. Solicitamos o material para a FMS já tem 30 dias, mas não foi aprovado e nem tem previsão. Estamos tendo que comprar do nosso bolso. Toda semana tem que repor gases, fraldas, e nisso já gastamos mais de R$ 500”, relatou Maria Crislaiane.

Como ajudar Francisco Reis da Silva?

Contraponto

A equipe de reportagem do PortalODia.com entrou em contato com a Fundação Municipal de Saúde (FMS) que informou, por meio de nota, que a Coordenação da  Regional Leste da Atenção Básica informou que o paciente recebeu curativos este mês e que na sexta-feira (21) pela manhã a equipe fará uma visita domiciliar para reavaliação.