Após reunião realizada na manhã desta segunda-feira (15), a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro), decidiu por realizar uma nova manifestação no Centro de Teresina, como forma de chamar atenção do sindicato patronal para negociar com a categoria. Desta vez, os coletivos estão se concentrando nas praças da Bandeira e Saraiva, onde devem permanecer ao longo do dia.
Essa já é a terceira manifestação realizada pela categoria deste que teve início a greve do transporte coletivo de Teresina. Na última quinta-feira (11), os motoristas e cobradores interditaram a Avenida Frei Serafim, e na sexta-feira (12), os trabalhadores fecharam a Ponte Juscelino Kubistchek. Apesar dos atos, a categoria não foi procurada pelo setor patronal para negociar o fim da greve dos motoristas, que teve início no dia 08 de fevereiro.
(Foto: Assis Fernandes/Arquivo ODIA)
Segundo Francisco Souza, secretário de Previdência e Assistência Social do Sintetro, menos de 10% dos ônibus estão circulando na cidade, indo contra a lei de greve, que determina pelo menos 30% da frota rodando.
“Vamos novamente fazer uma manifestação de rua e ver se conseguimos uma reunião com o Setut, porque eles não querem receber a comissão para negociar. Na verdade, as empresas não estão preocupadas em prestar o serviço e fazer com que os ônibus circulem, porque eles não têm compromisso com o trabalhador e nem responsabilidade com os empresários. Os trabalhadores vão para a porta da garagem e não tem motorista escalado. Tem menos de 10% da frota circulando”, disse.
(Foto: Arquivo ODIA)
Os trabalhadores também tentam marcar uma reunião com o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) e Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (Strans). Francisco Souza afirmou que, se não houver procura por parte do sindicato patronal, a fim de tentar uma negociação, essas manifestações continuarão acontecendo ao longo da semana.
O prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, comentou sobre a greve dos motoristas. "Já tiveram três reuniões com os empresários de ônibus. Se em um período de 90 dias não tiver um resultado positivo a favor dos trabalhadores da cidade de Teresina, nós iremos criar o transporte coletivo municipal", disse.
Contraponto
Por meio de nota, o SETUT esclareceu que, no momento, não há possibilidade de cumprimento total dos termos vigentes na convenção coletiva de 2019, devido ao déficit financeiro pelo qual o sistema passa e a falta de repasses previstos no contrato de concessão, descumpridos pela gestão municipal, que são essenciais para o funcionamento eficaz do sistema de transporte público. A entidade reitera que está em busca, prioritariamente, da manutenção dos postos de trabalho e consequente sobrevivência do sistema.
O sindicato informa que, de forma alguma, compactua com o impedimento da saída dos ônibus nas garagens, o que o SINTETRO vem realizando e contribuindo assim para a redução da frota em circulação, conforme determinou a Justiça.
O SETUT segue em busca de uma negociação efetiva e uma melhor alternativa para um acordo com a categoria dos trabalhadores, a fim de que o movimento grevista seja interrompido.