Já imaginou ter que passar todos
os dias por uma passarela improvisada sobre uma galeria para chegar em casa? Essa
é a realidade enfrentada por moradores da Rua Cordial, no bairro Parque Afonso Gil, na Zona Sul de
Teresina. Para ter acesso mais rápido às residências, eles fizeram uma ‘vaquinha’
e construíram uma passarela de cimento.
Passarela foi construída pelos próprios moradores na Rua Cordial. Foto: Assis Fernandes/ODIA
A dona de casa Maria Luiza Nascimento da Silva, de 43 anos, foi uma das moradoras que mobilizou os vizinhos para construção da passarela. Segundo ela, há mais de 10 anos nenhuma intervenção foi feita no local pelo poder público. Ela disse ainda que cada morador colaborou com R$ 10 para comprar o material de construção.
“A ponte foi construída pelos próprios moradores porque não tinha nenhuma passagem. Para ter acesso às nossas casas, tínhamos que passar por outra rua, bem mais distante. Nós tivemos a ideia de pedir R$ 10 para cada morador para comprar o cimento e seixo para construir”, ressalta.
Dona de casa Maria Luiza Nascimento da Silva. Foto: Assis Fernandes/ODIA
Maria Luiza denunciou ainda que, por causa das últimas chuvas, parte do entorno da galeria começou a ceder. A sua residência que fica ao lado do local está ameaçada.
Foto: Assis Fernandes/ODIA
“Agora, além da ponte, parte da galeria está cedendo. Com as chuvas que estão vindo mais fortes este ano, acredito que ficaremos sem a passagem, pois corre o risco de ceder. A minha casa fica do lado da galeria e também está ameaçada. A prefeitura nunca fez uma manutenção e essa situação só piora todos os anos”, disse.
Há 17 anos morando no local, Deuzimar da Cunha, de 49 anos, relata que por terem que fazer um percurso maior, os moradores são constantemente vítimas de assalto.
Deuzimar da Cunha, de 49 anos. Foto: Assis Fernandes/ODIA
“Por não passar motos e carros, os moradores precisam fazer um percurso maior para acessar à avenida principal. Por causa disso, é frequente os assaltos na região. O descaso já dura mais de 10 anos”, disse.
Foto: Assis Fernandes/ODIA
A moradora disse ainda que acidentes já ocorreram no local. “Há uns três meses, um carro caiu dentro da galeria porque o motorista não viu o buraco. A galeria aberta traz mosquitos e muitos outros insetos. A situação piora quando chove porque o volume da água é muito forte e fica quase cobrindo a passarela”, completa.
Já Francisca Santana, de 21 anos, que passa todos os dias pela passarela, informou que várias pessoas já caíram dentro da galeria e ficaram bastante lesionadas. “É muito complicado passar por essa passarela. Faz muito medo cair e essa é uma reclamação muito antiga dos moradores. Muitas pessoas já caíram e ficaram bastante lesionadas. Outras mais idosas até tiveram que passar por internação devido à queda”, disse.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a Superintendência das Ações Administrativas Descentralizadas Sul (Saad Sul), através de sua Gerência de Obras e Serviços, informou que “uma equipe técnica deve ser enviada ainda essa semana ao local para que sejam traçadas medidas que solucionem definitivamente essa problemática”.