Os motoristas e cobradores do transporte público de Teresina estão organizando um ato solidário para arrecadar alimentos em prol dos profissionais. O cobrador Werbety Lopes, explica que a situação dos trabalhadores da zona sudeste da capital está insustentável, pois na casa dos colegas de profissão, está faltando o básico para alimentação.
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“A gente quer confeccionar cestas básicas para os trabalhadores, pois essa queda de braço entre empresas e Setut está se arrastando e os nossos amigos da Intracol ainda não receberam nada (salários e direitos trabalhistas) ”, diz Werberty Lopes.
As arrecadações irão acontecer na praça dos Correios na Avenida principal do Dirceu, mas quem quiser doar e não puder se dirigir até o local, basta entrar em contato com os trabalhadores através do telefone (86)98190-8141 ou (86) 99986-0812, que eles irão até você para buscar as doações.
Paralisação
Nesta quarta-feira, 19, os trabalhadores do Consórcio Teresina – faixa azul – paralisaram suas atividades em protesto pelo pagamento de seus salários e de melhores condições de trabalho. A categoria está desde janeiro deste ano sem receber seus vencimentos.
Outro fato que chama atenção é que algumas empresas suspenderam integralmente o contrato de seus trabalhadores, enquadrando-os na MP 1.045/2021, mas mesmo assim, estão sendo obrigados a trabalhar. É o que afirma o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Teresina (Sintetro). Essa Medida Provisória, publicada no dia 28 de abril, instituiu o Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda nos mesmos moldes da MP 936/2020. O objetivo é evitar demissões e garantir a renda dos trabalhadores durante a pandemia.
“A lei é bem clara: suspendeu o contrato, não pode prestar o serviço. A MP diz que a empresa que arrecadou até R$ 4,8 milhões no ano anterior pode suspender o contrato em 100%. A empresa Transfácil, aqui em Teresina, se enquadra nesse rol. A informação que temos é que ela suspendeu o contrato e mesmo assim colocou seus trabalhadores para trabalhar. A outra empresa é a Emtracol, que reduziu em 70% a jornada de seus profissionais e eles estão trabalhando sem receber os 30% que compete à empresa pagar e sem nem ter previsão de recebimento”, afirma Francisco Sousa, secretário financeiro do Sintetro.