Motoristas e cobradores de ônibus de quatro empresas que operam em linhas da zona Sudeste de Teresina denunciam a falta de estrutura dos pontos de apoio nos bairros e pendências relacionadas a questões trabalhistas. Por conta dessa circunstância, os trabalhadores iniciaram uma paralisação das atividades na manhã desta segunda-feira (19).
O problema, segundo os manifestantes, estaria acontecendo no Terminal Novo Milênio. “É insalubre, as condições que temos hoje para trabalhar são péssimas, sem água e energia, e as empresas não fazem nada para nos ajudar com essa questão (...) é uma vergonha dizermos que trabalhamos de carteira assinada”, declarou o motorista José Francisco.
José Francisco (Foto: ODIA)
É importante destacar que o movimento paradista não foi convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário do Piauí (Sintetro-PI), e sim por um grupo, formado por cerca de 26 trabalhadores que usam a estrutura diariamente.
Segundo eles, mesmo trabalhando em meio a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), não recebem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) das empresas. “Não estamos pedindo álcool nem gel nem máscara, pois as empresas nunca forneceram esses equipamentos para gente (...) não está sendo fornecido o mínimo”, completa o funcionário.
(Foto: Assis Fernandes/Arquivo/ODIA)
José Francisco explica que a situação já se arrasta desde a última quinta-feira (15), quando encaminharam suas reivindicações aos empresários, mas não obtiveram respostas até então. “Enquanto o trabalhador não tiver êxito no que está querendo obter, não tem condições de trabalharmos”, enfatiza.
Procurada por nossa reportagem, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) afirmou, através da sua assessoria, não responder por questões individuais de cada empresa e que cabe à Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) a responsabilidade pelos terminais. Nossa reportagem não conseguiu contato com o órgão municipal.
Transporte público
Desde o começo da pandemia o transporte público da capital tem registrado constantes paralisações. A última, uma greve que durou mais de um mês, terminou após um acordo judicial entre o Sintetro e os empresários, que não estaria sendo respeitado. “A questão relacionada aos direitos trabalhistas continuam para a Justiça resolver, mas tem trabalhador que ainda não recebeu o mês de janeiro. Estamos finalizando abril e nem março receberam também. É preocupante a situação hoje”, pontua José Francisco.