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Motoristas e cobradores se reúnem para definir se farão novas paralisações em Teresina

Matéria atualizada às 09h45

A diretoria Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transporte Rodoviários do Piauí se reúne, neste momento, na sede do Sintetro para definir se serão realizadas novas paralisações neste segunda e ao longo da semana. "A gente só pode que a Prefeitura e o Setut entrem em acordo para que a gente consiga ter nossa convenção em mãos, pois do jeito que está não tem condições", enfatizou Edilane Sousa, vice-presidente do Sintetro.

Mesmo com o retorno dos ônibus, usuários reclamam da demora

Os usuários do transporte coletivo de Teresina foram pegos de surpresa com a paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus da capital. O início da manhã foi conturbado para quem precisou do serviço. Apesar dos veículos terem voltado a circular às 8h30, muitos passageiros reclamaram da demora, principalmente de linhas que vão do Centro da Capital para os bairros.

A aposentada Francisca Sousa relatou a dificuldade em chegar ao Centro de Teresina. Ela destaca que a Prefeitura de Teresina precisa arcar com seu compromisso e pagar os trabalhadores do transporte público. A aposentada também rebate a possibilidade de implantação da tarifa zero. 

“A gente fica na parada por mais de 3h e não conseguimos pegar um ônibus. Antigamente, até de madrugada tinha transporte e agora a gente fica querendo sair de casa, para ir ao médico, na feira, e não pode, porque não ônibus. E ele ainda quer dar passagem de graça. Quem vai pagar isso?”, disse

(Foto: André dos Santos/ODIA)

Raimundo Nonato não descartou a possibilidade de ir a pé do Centro até o bairro Jardim Europa, na região do Grande Dirceu. “Se não tiver outra opção, tem que ir a pé. O ligeirinho é muito caro e a gente vem para o centro com o valor contado”, disse. Sobre a tarifa zero, o aposentado acrescenta: “se nem pagando tem ônibus, imagine de graça.

Sobre as reivindicações do Sintetro, com relação ao piso salarial dos motoristas e cobradores, que está defasado desde 2019, o Setut emitiu nota. Confira abaixo o posicionamento do sindicato patronal.

Nota

"O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT), entende e acha justa várias das reivindicações dos trabalhadores do transporte público, e já esclarece que as questões da esfera trabalhista já estão sendo debatidas nas reuniões que se iniciaram acerca das tratativas para a configuração da Convenção Coletiva de Trabalho para 2023.

Apesar disso, é importante lembrar que a situação das empresas ainda é muito precária, tendo em vista que a Prefeitura de Teresina ainda não realizou a regularização das pendências financeiras acumuladas pelo Poder Público, desde novembro de 2020."

Matéria original

Motoristas e cobradores do sistema de transporte público de Teresina paralisam as atividades nesta segunda (06). O Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transporte Rodoviários do Piauí (Sintetro) orientou que 100% dos ônibus permanecessem nas garagens. A paralisação teve início às 4h da manhã e encerrou às 8h30, quando os coletivos voltaram a circular.

Os profissionais cobram o pagamento do salário deste mês de fevereiro e alegam risco de atraso salarial. Nesta terça (07) encerra o prazo para o pagamento do salário no quinto dia útil. A categoria também cobra o reajuste salarial, que, segundo o Sintetro, está com os valores referentes ao ano de 2019.

(Foto: Divulgação/Sintetro)

"Nem o Setut e nem a Prefeitura deram um posicionamento e nós estamos com um salário de 2019. Tivemos uma reunião com Tribunal Regional do Trabalho (TRT), mas a PMT não participou. E o Setut disse que só pode dar alguma proposta mediante resposta da Prefeitura, só que ninguém se manifesta", conta Edilane Sousa, vice-presidente do Sintetro.

Em decorrência da paralisação, diversos pontos de engarrafamento foram registrados por toda a cidade. Os serviços de transporte por aplicativo também registram sobrecarga de chamadas, elevando o preço das tarifas.

O Setut emitiu uma nota lamentando, mais uma vez, o atraso no repasse da Prefeitura. Confira abaixo a nota.

“O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) informa que o setor tem enfrentado dificuldades financeiras, sobretudo no que tange a insumos e salários dos trabalhadores. Com o constante descumprimento por parte da Prefeitura de Teresina dos repasses de subsídios devidos, o sistema de transporte público enfrenta desequilíbrio econômico e déficit operacional.

O SETUT esclarece que já enviou um ofício à Strans informando a situação e aguarda retorno da Prefeitura  para uma resolução efetiva desse problema. A gestão municipal deve assumir a responsabilidade e sua omissão tem prejudicado a todos: população, trabalhadores e concessionárias”